Oferta Consumidor: 4 revistas pelo preço de uma
Continua após publicidade

Colômbia culpa ELN por atentado e suspende redes sociais da guerrilha

Polícia prende suspeito de cumplicidade no ataque a academia policial, em Bogotá, que matou 21 pessoas e feriu outras 68

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h58 - Publicado em 18 jan 2019, 21h32
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O governo da Colômbia acusou nesta sexta-feira, 18, os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) pelo ataque com carro-bomba na Academia da Polícia Nacional em Bogotá, no dia anterior. A explosão causou 21 mortes, entre os quais a do autor do atentado, e 68 feridos.

    O portal na internet do ELN foi suspenso, assim como os perfis no Twitter mais utilizados pelos guerrilheiros, incluindo o da delegação que negociava um acordo de paz com o governo colombiano.

    A rede social também tirou do ar a conta do líder guerrilheiro conhecido como “Uriel”, que atua no departamento de Choco. Ele se apresenta como a “voz editorial” da Frente de Guerra Ocidental Omar Gómez, um grupo ligado ao ELN, e tinha ganhado muito protagonismo no Twitter nos últimos meses. No entanto, algumas contas vinculadas ao ELN seguem no ar.

    “Um ato terrorista cometido pelo ELN matou essas vidas jovens”, afirmou o ministro da Defesa Guillermo Boetero, referindo-se aos cadetes de 17 a 22 anos de idade que estudavam na Escola de Oficiais General Francisco de Paula Santander, no sul da capital, e foram vítimas do atentado.

    As autoridades trabalham na identificação dos corpos e temem que o número de óbitos possa aumentar.

    O autor do atentado foi identificado pelo Ministério Público como José Aldemar Rojas Rodríguez, colombiano de 55 anos de idade, que morreu no ataque. O ministro Boetero disse haver “evidências concretas” de que Rojas era membro do ELN há mais de 25 anos.

    Continua após a publicidade

    As autoridades colombianas prenderam na manhã desta sexta-feira 18 um homem que seria cúmplice de Rojas. Ele foi identificado como Ricardo Andrés Carvajal e, segundo áudios coletados pela procuradoria-geral do país.

    “Este ato terrorista insano não ficará impune. Os colombianos nunca se submetem ao terrorismo, sempre o derrotamos. Esta não será a exceção”, disse o presidente Iván Duque, ao lado do procurador-geral, Néstor Humberto Martínez.

    Duas equatorianas estão entre as vítimas, a cadete Erika Chicó, que morreu, e Carolina Sanango, que sofreu ferimentos leves. Dois cadetes panamenhos ficaram feridos no atentado, informou o presidente panamenho, Juan Carlos Varela.

    Rojas ingressou na Academia com uma SUV Nissan carregada com 80 quilos de explosivos. Na guarita, um cão farejador percebeu a presença de explosivo e deu alarme. Rojas acelerou o carro, atropelou dois cadetes e arremeteu contra a parede do alojamento feminino.

    Continua após a publicidade

    “Ouvi como se o céu tivesse caído na minha cabeça. Foi uma explosão muito grande e, quando saí, tinha muita fumaça”, disse Rocío Vargas, vizinha do local.

    Este foi o pior ato de terror na capital colombiana desde fevereiro de 2003, quando os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) detonaram um carro-bomba no clube El Nogal. Trinta e seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.

    Diante do ataque de quinta-feira 17, o presidente Duque precisou voltar às pressas para Bogotá, onde acompanhou as investigações e decretou três dias de luto nacional.

    “Eu dei ordem às forças militares e à polícia nacional para mobilizar todas as suas capacidades de Inteligência e determinar, em coordenação com o Ministério Público, quem é responsável por este ataque covarde e impedir qualquer ação criminosa”, disse. “Nunca vamos ceder a atos de terror, a Colômbia é firme e não se intimida”.

    Continua após a publicidade

    Duque, que assumiu o cargo em agosto de 2018, tem endurecido a política de combate às drogas no país, maior produtor de cocaína do mundo, e estabeleceu condições para reavivar as negociações de paz com o ELN, a última guerrilha ativa no país.

    No passado, o ELN admitiu ataques com explosivos contra a polícia. Mas, na Colômbia, continuam a a operar  gangues de narcotráfico de origem paramilitar e dissidências das Farc, que lutam pelo controle territorial. Em meio a uma espiral de violência seletiva contra líderes sociais, as guerrilhas causaram 438 mortes desde janeiro de 2016.

    Há um ano, a polícia também foi alvo de um ataque a bomba dentro de uma delegacia em Barranquilla. Seis militares morreram e 40 ficaram feridos. Dias depois, o ELN, cuja delegação estava em Havana para as negociações de paz, assumiu a ação.

    Solidariedade

    O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu nesta sexta-feira que os responsáveis pelo atentado sejam levados à Justiça. “As autoridades colombianas indicaram que têm provas de que este ato terrorista foi cometido pelo ELN. Os responsáveis têm que ser levados à Justiça”, afirmou em nota o porta-voz da Secretaria-Geral da ONU, Stéphane Dujarric.

    Continua após a publicidade

    Guterres recebeu uma ligação de Iván Duque, que comentou ter “provas claras” de que (o atentado) foi feito pelo ELN, o que é totalmente inaceitável”. O secretário-geral da ONU afirmou que a Colômbia ainda precisa percorrer um longo caminho, com “dificuldades e problemas” para implementar a paz. No entanto, ressaltou que tem confiança nos colombianos e na determinação do país em avançar.

    Dos Estados Unidos à Venezuela – com o qual Bogotá congelou as relações – muitos países e organizações expressaram solidariedade à Colômbia e condenaram o atentado, entre os quais o Brasil. Ex-guerrilha, o partido Farc (agora, sigla de Força Alternativa Revolucionária do Comum) expressou sua indignação com o ato.

    O papa Francisco também condenou o “cruel” atentado, de acordo com um telegrama divulgado nesta sexta-feira pelo Vaticano. Na mensagem dirigida ao cardeal Rubén Salazar, arcebispo de Bogotá, o papa expressou “seu mais profundo pesar pelas vítimas que perderam a vida em uma ação tão desumana” e condenou a  “violência cega”.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    SEMANA DO CONSUMIDOR

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
    Apenas R$ 5,99/mês*
    ECONOMIZE ATÉ 47% OFF

    Revista em Casa + Digital Completo

    Nas bancas, 1 revista custa R$ 29,90.
    Aqui, você leva 4 revistas pelo preço de uma!
    a partir de R$ 29,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.