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Colômbia e Cuba entram em atrito sobre extradição de guerrilheiros do ELN

Havana alega não proteger terroristas em seu território; mas abriga dez representantes da guerrilha nas negociações de paz, que estão suspensas

Por Da Redação
Atualizado em 21 jan 2019, 19h40 - Publicado em 21 jan 2019, 19h32

O ataque terrorista à Academia Nacional de Polícia de Bogotá, na última quinta-feira, gerou uma escalada de atritos entre a Colômbia e Cuba. O governo do colombiano Iván Duque acusa Havana de proteger dez líderes do Exército de Libertação Nacional (ELN), a guerrilha que assumiu a autoria do atentado, ao não cumprir seu pedido de imediata extradição deles. O governo de Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, nega abrigar terroristas.

O ataque em Bogotá foi cometido pelo colombiano José Aldemar Rojas, militante do ELN, e causou a morte de 21 pessoas e ferimentos em outras 67. Foi executado justamente no momento de suspensão das negociações de paz entre o governo colombiano e o ELN, com sede em Havana.

Duque ordenara na sexta-feira 18 a reativação das ordens de captura contra os dez integrantes do ELN que compunham a delegação da guerrilha nas negociações em Cuba. A comitiva é liderada por Israel Ramírez Pineda, conhecido como “Pablo Beltrán”. No sábado, o governo cubano ativou os protocolos diplomáticos.

Mas respondeu que “jamais permitiu e nem permitirá que seu território seja usado para a organização de atos terroristas contra nenhum Estado”. “Cuba cumpriu estritamente o seu papel como fiador e sede alternativa da Mesa de Diálogos da Colômbia entre o governo e o ELN”, arrematou o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, por meio do Twitter.

O governo da Colômbia não se contentou com a resposta. Alegou que “não há protocolo que ampare o terrorismo” e reforçou o pedido para que Havana entregue os representantes do ELN que fazem parte da delegação de paz.

“O governo (colombiano) insistirá na entrega imediata dos integrantes da delegação do ELN que estão em Cuba, e há uma razão profunda para isso: o ELN, como organização, reconhece a sua autoria (do ataque terrorista) e deve ser responsabilizado”, disse o alto comissário de Paz, Miguel Ceballos.

“Nós, como governo, não podemos permitir que se aplique um protocolo para que alguns retornem às suas unidades na Colômbia e entrem na floresta para se esconderem da Justiça. Não há razão jurídica, não há razão política, não há razão ética (que justifique a proteção aos membros do ELN)”, completou Ceballos.

O chanceler colombiano, Carlos Holmes Trujillo García, insistiu que Cuba tem a obrigação de entregar os representantes do ELN que estão no território cubano e que argumentou que ambos os países “têm compromissos internacionais na luta contra o terrorismo”.

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“O governo de Cuba tem a obrigação internacional de efetivar as ordens de captura, apreender os integrantes desse grupo terrorista e colocá-los à disposição das autoridades”, opinou.

Cuba e Colômbia têm um tratado de extradição, de 1932, ainda vigente. Questionado sobre o impacto esta situação nas relações bilaterais, o chanceler colombiano disse que “a relação com Cuba neste caso específico é vista como uma relação de cooperação entre dois Estados e países que estão comprometidos a combater o terrorismo com eficácia”.

Diante do impasse, é possível que os países fiadores do processo de paz da Colômbia com o ELN se mobilizem para evitar um conflito diplomático entre Havana e Bogotá. Os fiadores do processo são Brasil, Chile, Noruega e Venezuela. O grupo de países de apoio e acompanhamento é integrado por Alemanha, Holanda, Itália, Suécia e Suíça, aos quais se somam o Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Conferência Episcopal da Colômbia.

(Com EFE)

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