O gabinete do procurador-geral da Ucrânia apresentou, nesta sexta-feira, 3, acusações criminais contra Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo mercenário Wagner, que luta no lado russo da guerra.
Segundo o jornal do governo Uriadovyi Kuryer, Prigozhin foi acusado de invadir a integridade territorial e a inviolabilidade da Ucrânia (artigo 110, parte 3, do código penal da Ucrânia) e de travar uma guerra de agressão contra a Ucrânia (artigo 437, parte 2).
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O procurador-geral ucraniano, Andriy Kostin, disse em comunicado que Prigozhin é “diretamente responsável por milhares de crimes de guerra”, observando que agora ele admite abertamente seu papel na guerra.
Em um vídeo divulgado no ano novo, Prigozhin – um aliado de longa data do presidente russo, Vladimir Putin – foi filmado visitando um porão perto do front oriental na Ucrânia, que estava cheio de corpos de seus combatentes, mortos durante um desgastante conflito pelo controle da cidade de Bakhmut, um objetivo chave da Rússia.
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A maioria dos mortos eram ex-presidiários recrutados com a promessa de liberdade após lutarem na guerra – isto é, caso saíssem vivos de lá.
“É hora de encerrar a sangrenta turnê dos russos que se escondem sob o nome do famoso compositor”, disse Kostin, referindo-se à origem do nome do grupo, em homenagem a Richard Wagner, queridinho do nazista Adolf Hitler. “O martelo da justiça é sempre mais forte que a marreta da anarquia.”
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Prigozhin, conhecido como o “chef de Putin” por servir o líder russo em seu restaurante, foi sancionado pelos Estados Unidos e desempenha um papel fundamental nas operações de seu país na Ucrânia.
A inteligência americana estima que o grupo Wagner tenha cerca de 50 mil combatentes na Ucrânia, muitos dos quais são criminosos condenados. No final de janeiro, a administração do presidente Joe Biden classificou a milícia como uma organização criminosa transnacional, com o objetivo de limitar seu poder em todo o mundo. O grupo Wagner também atua em campos de batalha no Oriente Médio e na África.