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Com leis duras, Amsterdã tenta superar fama de turismo de ‘drogas e sexo’

Autoridades holandesas anunciaram projetos de lei para "desencorajar ativamente os visitantes internacionais com planos de 'enlouquecer'"

Por Vitória Barreto
20 dez 2022, 08h00

Autoridades de Amsterdã, capital da Holanda, há muito buscam “melhorar a imagem” da cidade badalada. Após anunciarem um conjunto de projetos de lei em novembro, devem entrar em prática ainda nesta temporada de Natal uma série de políticas para desencorajar ativamente os visitantes estrangeiros cujo roteiro turístico inclui passagens pelos coffee shops locais, onde se compra maconha legalizada, e pelo Distrito da Luz Vermelha, onde a prostituição é regulamentada.

A campanha apelidada de “fique longe” faz parte de uma iniciativa mais ampla para lidar com o turismo de massa em Amsterdã. A votação para aprovar as leis deve acontecer no Conselho Municipal da cidade nesta quarta-feira, 21, antes de serem promulgadas.

As iniciativas voltadas para limitar o comportamentos turísticos incluem a redução de cruzeiros que passam pela Holanda, horários de fechamento antecipados para bares, clubes e bordéis, bem como a proibição do consumo de maconha em certas partes da cidade. 

“Algumas empresas abusam da imagem de Amsterdã para vendê-la como um lugar de ‘possibilidades ilimitadas'”, disse o vice-prefeito, Sofyan Mbarki, em comunicado.

“Por isso, alguns grupos de visitantes a consideram uma cidade onde vale tudo. Esse tipo de turismo, assim como ofertas voltadas especificamente para esses grupos, não é considerado desejável pelo Executivo Municipal”, acrescentou.

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Em 2023, prevê-se que o número de visitantes na cidade exceda 18 milhões durante as noites – um número quase 22 vezes maior do que sua população de aproximadamente 822 mil pessoas.

Até 2025, esse número pode chegar a 23 milhões, além de outras 24 a 25 milhões de visitas diárias. Quando o número de visitantes noturnos chega a 18 milhões, o conselho da cidade é “obrigado a intervir” com base em uma portaria de 2021 chamada “Amsterdam Tourism in Balance”.

O turismo pós-pandemia voltou com força total, especialmente em bairros muito visitados como De Wallen, mais conhecido como Distrito da Luz Vermelha, o bairro de prostituição com luzes de neon. Isso tem incomodado alguns representantes do setor de turismo de Amsterdã.

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“Devemos nos livrar da imagem de sexo, drogas e rock and roll”, disse Remco Groenhuijzen, gerente geral do Mövenpick Hotel Amsterdam City Center, em entrevista à emissora CNN.

Cerca de 10 a 15% da indústria turística de Amsterdã está localizada no Distrito da Luz Vermelha, segundo a organização de marketing público-privado da cidade, a Amsterdam & Partners. No entanto, autoridades têm tentado reverter a situação.

A prefeita da cidade, Femke Halsema, eleita em 2018 como a primeira mulher no comando da capital holandesa, deseja substituir o bairro por um único “hotel erótico”, que concentra todas as vitrines de prostituição do distrito por apenas um prédio localizado nos arredores da cidade. 

O projeto ganhou aprovação de vários grupos e partidos políticos, mas profissionais do sexo não gostaram da ideia. Trabalhadores da área afirmam que retirar a visibilidade das vitrines torna seu trabalho menos seguro. Além disso, colocar o centro em uma área remota da cidade, longe de áreas turísticas conhecidas, prejudicaria seus negócios.

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