As forças da Rússia lançaram um ataque aéreo com mísseis e drones contra as tropas ucranianas na região de Kursk nesta terça-feira, 13, com o objetivo de impedir o avanço da incursão da Ucrânia no território russo, de acordo com o Ministério da Defesa do país.
A pasta publicou um vídeo mostrando bombardeiros Sukhoi Su-34 atingindo o que o órgão disse serem tropas ucranianas em Kursk, acrescentando que repeliu ataques em vilarejos russos a cerca de 28 km da fronteira.
“A viagem descontrolada do inimigo já foi interrompida”, disse o major general Apti Alaudinov, comandante da unidade de forças especiais Chechen Akhmat. “O inimigo já está ciente de que o Blitzkrieg (termo alemão para guerra-relâmpago) que planejou não deu certo.”
Segundo o ministério russo, um total de 35 tanques, 31 veículos blindados de transporte de pessoal, 18 veículos de combate de infantaria e 179 outros veículos blindados do exército ucraniano foram destruídos desde o ataque-surpresa ucraniano ao território russo, há uma semana.
O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um grupo de estudos sediado em Washington, disse, porém, que imagens geolocalizadas mostram que as alegações russas de que o ataque havia se estabilizado são falsas, já que as forças de Kiev ainda estavam avançando.
Incursão ucraniana
Na última terça-feira, 6, milhares de soldados ucranianos invadiram a região fronteiriça de Kursk, dando início à incursão mais profunda da Ucrânia no território inimigo em quase dois anos e meio de guerra.
O chefe das forças armadas ucranianas, Oleksandr Syrskyi, disse na segunda-feira que a Ucrânia assumiu o controle de cerca de 1.000 quilômetros quadrados do território russo, forçando cerca de 121 mil pessoas a deixarem Kursk em meio aos combates. O Ministério de Emergências da Rússia comunicou ter criado 400 abrigos temporários em todo o país para receber cerca de 30 mil cidadãos forçados a fugir da ofensiva.
No sábado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu pela primeira vez desde o início da guerra que seu exército havia lançado uma incursão em território russo para “restaurar a justiça” e pressionar as forças de Moscou. “A Rússia levou a guerra para os outros, agora ela está voltando para casa”, disparou.
Seu homólogo russo, Vladimir Putin, por sua vez, prometeu “expulsar o inimigo” de dentro da Rússia, afirmando que a Ucrânia receberá uma “resposta digna” à sua incursão. Ele também acusou o Ocidente de estar usando a Ucrânia para travar uma guerra por procuração, argumentando que a incursão em Kursk era uma tentativa de desestabilizar seu país.
No entanto, aliados ocidentais da Ucrânia disseram que não receberam nenhum aviso prévio sobre a invasão do território russo.