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Com opções limitadas, iranianos vão às urnas após a morte do presidente

Apenas um candidato pode ser considerado moderado ou reformista; Ebrahim Raisi morreu em um acidente de helicóptero em maio

Por Da Redação
28 jun 2024, 11h06

Os iranianos foram às urnas nesta sexta-feira, 28, para escolher um novo líder após a morte, em maio, do presidente Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero. A população, porém, tem poucas opções. Estão na disputa quatro candidatos pré-aprovados pelo Conselho Guardião do Irã, supervisionado pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, dos quais apenas um é considerado moderado ou reformista.

As eleições presidenciais antecipadas ocorrem em um contexto de tensão regional devido aos conflitos entre Israel e os aliados do Irã – o Hamas, em Gaza e o Hezbollah, no Líbano

Embora o poder do presidente seja limitado no Irã, onde as decisões mais importantes, da diplomacia às Forças Armadas, são tomadas pelo líder supremo, o resultado da votação pode ser o primeiro passo para determinar o sucessor de Khamenei, que está no poder desde 1989.

Opções limitadas

No início desta semana, o Conselho Guardião aprovou apenas seis dos mais de 80 interessados na disputa pelo cargo presidencial. Dois candidatos da linha dura desistiram da eleição presidencial um dia antes da votação, o prefeito do Teerã, Alireza Zakani, e o chefe da Fundação dos Mártires, Amirhossein Ghazizadeh-Hashemi. 

Continuaram na disputa três candidatos conservadores ou até radicais: Mohammad Baqer Ghalibaf, o atual presidente do Parlamento, comandado pelos conservadores; Saeed Jalili, que atua como representante do líder supremo; e Mostafa Pourmohammadi, ex-ministro da Justiça e o único clérigo na disputa.

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Além disso, a corrida conta com Massoud Pezeshkian, o único candidato moderado aprovado pelo Conselho Guardião e apoiado pelo campo pró-reforma. Médico de profissão, foi impedido de se candidatar na eleição presidencial de 2021 e já expôs suas críticas à República Islâmica por sua falta de transparência sobre a morte de Mahsa Amini, jovem curda que faleceu sob a custódia da chamada polícia da moralidade, incidente que fez protestos inundarem as ruas do país.

“Respeitaremos a lei do hijab, mas nunca deve haver nenhum comportamento intrusivo ou desumano em relação às mulheres”, disse Pezeshkian depois de entrar na disputa.

Todos os quatro candidatos prometeram reviver a economia iraniana, abalada pela corrupção estatal, má gestão e sanções impostas pelos Estados Unidos desde 2018. 

Se nenhum dos candidatos obtiver pelo menos 50% dos votos mais um, incluindo cédulas em branco, um segundo turno será realizado entre os dois candidatos mais votados. A nova rodada ocorrerá na primeira sexta-feira após a divulgação dos resultados, prevista para este sábado, 29.

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Baixa participação

Mais de 61 milhões de eleitores, dentro de uma população de 85 milhões, estão registrados para votar nestas eleições, de acordo com o Conselho de Supervisão Eleitoral do Irã. No entanto, espera-se que a participação seja baixa, seguindo o padrão de declínio visto nos últimos anos devido descontentamento com a falta de liberdade política e social e as dificuldades econômicas no país.

Apenas 48% dos eleitores participaram da eleição presidencial de 2021. A participação nas eleições legislativas de março foi ainda menor, com apenas 41% de comparecimento.

A participação da população no processo eleitoral é importante para que o governo iraniano demonstre legitimidade no cenário internacional, principalmente após o aumento das tensões no Oriente Médio. Por isso, ao votar nesta sexta-feira, Khamenei pediu que os iranianos compareçam às urnas. 

“A durabilidade, a força, a dignidade e a reputação da República Islâmica dependem da presença das pessoas”, disse o líder supremo. “A alta participação é uma necessidade definitiva.”

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