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EUA iniciam retirada dos 2.000 militares na Síria

Observatório de Direitos Humanos (HRW) atesta trânsito de tropas para o Iraque; Casa Branca havia sinalizado com saída desacelerada

Por Da Redação
Atualizado em 11 jan 2019, 16h47 - Publicado em 11 jan 2019, 14h08
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  • A coalizão liderada pelos Estados Unidos informou nesta sexta-feira, 11, ter começado a retirada de suas tropas da Síria, segundo seu porta-voz, o coronel americano Sean Ryan. A saída de soldados foi confirmada pelo Observatório de Direitos Humanos (HRW), que atestou a movimentação de um comboio para o Iraque.

    O coronel Ryan, porém, recusou-se a comentar detalhes sobre o processo da retirada dos soldados. “Por preocupações com a segurança operacional, não discutiremos o cronograma, a localização ou os movimentos de nossas tropas”, declarou o militar, estabelecido em uma base de Bagdá, no Iraque, por meio de comunicado.

    Não ficou claro quantos veículos ou unidades militares já foram removidas da região. O Observatório de Direitos Humanos (HRW), organização com sede no Reino Unido que monitora o conflito na Síria por meio de uma rede de ativistas in loco, disse que a retirada começou na noite de quinta-feira 10.

    Segundo a entidade, um comboio com cerca de dez veículos armados, acompanhados por caminhões, saiu da cidade de Rmelan, no norte da Síria, rumo ao Iraque.

    A confirmação das primeiras retiradas chega em meio à discussão sobre a viabilidade da ordem dada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e às ameaças da Turquia de ataque aos militantes curdos, aliados de Washington no combate ao Estado Islâmico.

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    O contingente americano na Síria é estimado em 2.000 militares. A decisão abrupta de retirá-las, anunciada em 19 de dezembro, veio acompanhada por tuíte de Trump sobre a derrota do grupo jihadista na Síria. Conselheiros de Segurança e generais americanos criticaram a impulsividade do líder de governo. O Secretário de Defesa, James Mattis, renunciou ao cargo.

    No domingo 6, o conselheiro de Segurança dos Estados Unidos, John Bolton, havia dito que as tropas americanas não deixariam o norte da Síria até que o Estado Islâmico fosse derrotado e a minoria curda estivesse protegida. A declaração foi tomada como sinal de desaceleração da ordem inicial de Trump.

    O secretário de Estado, Mike Pompeo, que faz visitas a países do Oriente Médio nesta e na próxima semana, confirmou a retirada das tropas na quinta-feira 10, quando estava no Cairo. Ele assegurou que os curdos estariam seguros e argumentou não haver contradição na ordem presidencial. Pompeo, porém, não mencionou a data de saída dos militares.

    No início da semana, em seu perfil no Twitter, Trump afirmou que as tropas americanas sairiam “em um ritmo apropriado, dando continuidade ao combate contra o Estado Islâmico, fazendo tudo que seja prudente e necessário.”

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    Autoridades curdas exigiram explicações dos Estados Unidos sobre suas intenções, já que a retirada expõe a minoria aos ataques da Turquia e também dos sírios. A mudança estratégica beneficia o presidente Bashar Assad e seus parceiros estrangeiros, Rússia e Irã, que poderão ocupar o vácuo deixado pelos americanos.

    Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, declarou que o país não acreditava que a intenção de Trump era séria. Para Moscou, Washington estava “procurando um motivo para ficar”. Zakharova destacou a ausência de declarações públicas sobre a nova abordagem estratégica dos Estados Unidos.

    Os norte-americanos estão envolvidos na guerra da Síria desde 2014, quando a primeira força de elite chegou ao país para auxiliar e preparar as milícias curdas nas batalhas contra o Estado Islâmico.

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