Comissão aprova indicação de Nestor Forster para embaixada nos EUA
Diplomata ainda precisa passar pelo crivo do plenário do Senado; indicado já é o encarregado de negócios da embaixada
A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta quinta-feira, 13, por 12 votos a 0, a indicação do diplomata Nestor Forster para assumir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Indicado em outubro do ano passado pelo presidente Jair Bolsonaro, ele ainda precisa passar pelo crivo do plenário da Casa. A votação deve acontecer já na semana que vem, antes do Carnaval.
Na quarta-feira 12, Forster se dedicou a uma peregrinação pelo Senado. Foi recebido pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e percorreu os gabinetes dos senadores para se apresentar e conquistar apoios para a aprovação de seu nome.
Forster – que, na prática, já comanda a representação diplomática como encarregado de negócios – avaliou como “histórica” a visita de Bolsonaro ao presidente americano, Donald Trump, em março de 2019. Para ele, o principal resultado do encontro entre os dois presidentes foi a mudança de posição dos Estados Unidos com relação ao pleito do Brasil de integrar a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em janeiro, os Estados Unidos anunciaram oficialmente seu apoio ao acesso do Brasil na OCDE, que havia sido retirado em agosto do ano passado.
“Nos Estados Unidos, havia resistência ao fato de os Estados Unidos apoiarem o Brasil. Naquele momento, o presidente americano anuncia, então, o apoio firme à candidatura do Brasil, como tem sido demonstrado ao longo do processo que já se inicia”, disse Forster.
Ao enfatizar que a diplomacia não pode se esgotar na conversa entre os dois chefes do Executivo, ele afirmou que é importante fortalecer a relação entre os dois países “aproveitando a excelente química” entre Bolsonaro e Trump.
Desafios
Entre os desafios que Brasil tem pela frente, Forster ressaltou que avançará em uma demanda do setor privado para algo que, segundo ele, se arrasta há muito tempo: um acordo que permita evitar a bitributação para empresas, pessoas físicas e para indivíduos. “Isso teria grande alcance na facilitação de comércio entre os dois países e no aumento da eficiência do comércio. É algo complexo, está na mesa há muito tempo, também está sendo examinado”, lembrou.
Na área de Saúde, lembrou a cooperação entre Brasil e Estados Unidos, com integração entre fundações brasileiras como a Fiocruz. Entre os desafios estão pesquisas de vacina para o vírus da zika e outras enfermidades.
Amazônia
Forster pediu que senadores e deputados se empenhem no que chamou de “diplomacia parlamentar” e destacou que atuou durante a crise das queimadas na Amazônia, visitando senadores e deputados para mostrar o que o Brasil fez para controlar a situação.
“Quando nós tivemos aquela situação, no meio do ano, de grande preocupação e repercussão na imprensa, sobre a queimada, etc., nós fomos imediatamente. Acionamos vários interlocutores que temos na sociedade americana para fazer um trabalho muito específico e intenso junto ao Parlamento, que é também uma câmara de eco da sociedade, onde se veem as preocupações. Eu visitei vários senadores, vários deputados dos dois partidos. No caso da Câmara, hoje nos Estados Unidos a maioria é democrata, então, é importante visitar os presidentes da comissão de meio ambiente. Esse pessoal tem grande preocupação com esse tema. E é preciso ter um diálogo aberto e franco com eles, explicar o que está acontecendo no Brasil, desfazer exageros e enfrentar os temas com realismo e determinação”, alertou.
Líbano
Forster também foi sabatinado e aprovado em decisão unânime pela CRE, na mesma reunião, o indicado à embaixada brasileira em Beirute, no Líbano, Hermano Telles Ribeiro. Ele também terá que passar por votação no plenário da Casa.
(Com Agência Brasil)