Após quase um mês de manifestações na Bolívia, o número de mortos já chega a 23. A informação foi divulgada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em seu balanço mais recente. O órgão classificou como grave o decreto do novo governo, divulgado no sábado 16, que autoriza militares a controlar os protestos sem que eles tenham que responder penalmente por excessos.
A Comissão elevou de cinco para nove o número de mortos após confronto entre apoiadores do ex-presidente Evo Morales e as forças policiais e militares na sexta-feira 15, em Cochabamba. O número de mortos coincidem com o da Defensoria Pública. O governo mantém em cinco o número de vítimas fatais.
No Twitter, o CIDH afirmou que o “decreto de Bolívia desconhece os padrões internacionais de Direito Humanos e estimula a repressão violenta”. Evo também se manifestou via redes sociais: “É uma carta-branca de impunidade para massacrar o povo”, escreveu.
La @CIDH alerta para el Decreto Supremo No. 4078 sobre actuación de FF.AA. en #Bolivia, de fecha 15 de nov 2019. El Decreto pretende eximir de responsabilidad penal al personal de FF.AA. que participe en los operativos para reestablecimiento y estabilidad del orden interno. (1/3) pic.twitter.com/297pEsNTVd
— CIDH – IACHR (@CIDH) November 16, 2019
Neste domingo, o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) à Bolívia, Jean Arnault, disse, após sair de um encontro com a presidente interina Jeanine Añez, que o órgão espera poder contribuir com um “processo acelerado de pacificação” que leve a novas eleições presidenciais. A Alta Comissária da Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachellet havia lamentado ontem as recentes mortes e afirmou que o uso desnecessário e desproporcionou da força policial e militar pode fazer com que a situação saia de controle.
Asilado no México, Morales renunciou domingo após perder o apoio das Forças Armadas, na esteira de três semanas de protestos por sua questionada reeleição. A opositora Jeanine Áñez assumiu a Presidência de forma interina após a fuga do ex-governante.
(Com EFE)