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Contra restrições da Covid, EUA tiram funcionários do consulado de Xangai

A União Europeia e os Estados Unidos têm criticado a estratégia "Covid-zero" da China, que implementa lockdowns rigorosos em meio a novo surto

Por Amanda Péchy
Atualizado em 12 abr 2022, 10h45 - Publicado em 12 abr 2022, 10h06

Os Estados Unidos informaram nesta terça-feira, 12, que instruíram todos os seus funcionários não essenciais e familiares a sair do consulado de Xangai, em reprovação à maneira como a China está lidando com o novo surto de Covid-19 no país.

Esta é mais uma medida de Washington que vai contra a política de “Covid-zero” chinesa, que implementa lockdowns rigorosos para impedir transmissões. Na sexta-feira 8, o Departamento de Estado já tinha anunciado que funcionários não-emergenciais poderiam deixar voluntariamente o consulado de Xangai.

A China não encarou bem a orientação da Casa Branca, dizendo que Pequim estava “fortemente insatisfeita” e “se opunha firmemente” à “acusação infundada” dos Estados Unidos sobre suas políticas sanitárias.

Em um mundo onde reinam práticas mais suavizadas para combater o coronavírus, especialmente em países onde a vacinação é generalizada, as práticas de Xangai, que se assemelham às do início da pandemia, foram extremamente criticadas. A mais controversa foi separar dos pais as crianças que contraíssem Covid-19.

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Algumas autoridades fizeram certas concessões, mas o Departamento de Estado americano usou o risco da separação de famílias como justificativa para seu anúncio. Lar de quase 26 milhões de pessoas, Xangai também sofre críticas de seus moradores.

Nesta terça, Xangai registrou 22.348 novos casos assintomáticos de coronavírus, uma queda em relação aos 25.173 no dia anterior. Já os casos sintomáticos somam 994, quase 100 a mais que na véspera.

A Câmara de Comércio da União Europeia também repreendeu as estratégias sanitárias de Xangai. Segundo a autoridade financeira, a política de “Covid-zero” está “corroendo a confiança dos investidores estrangeiros” e seria preciso dar acesso a vacinas de mRNA à população chinesa (como a Pfizer) e permitir que pessoas com sintomas leves façam quarentena em casa.

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Apesar da pressão internacional, Pequim hesita em ceder. Na segunda-feira 11, Xangai começou a afrouxar o bloqueio em algumas partes da cidade e concedeu certo grau de liberdade a moradores de bairros sem casos positivos há duas semanas. Ainda assim, não é permitido entrar ou sair de bairros em lockdown.

Para autoridades chinesas, a situação em Xangai é preocupante.

“A epidemia está em uma fase de rápido aumento, com a transmissão em comunidades ainda não sob controle efetivo”, disse Lei Zhenglong, da Comissão Nacional de Saúde, em um briefing em Pequim na terça-feira 12. “A previsão para os próximos dias é que o número de infetados se mantenha num nível elevado”, completou.

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