Mesmo com as baixas temperaturas causadas pelo inverno, torcedores lotaram a avenida Champs-Elysées, em Paris, nesta quarta-feira, 14, para comemorar a vitória da França por 2 a 0 contra Marrocos. Esta é a segunda vez consecutiva que a seleção francesa chega à final da Copa do Mundo.
“Preferimos chegar cedo porque vai ser um caos mais tarde. Só queremos comemorar nossa vitória e podemos sentir que vai ficar uma loucura”, disse a estudante Kerene Massuka à agência de notícias Reuters. Ela estava acompanhada de um amigo que carregava uma bandeira francesa.
« ON EST EN FINALE !!! »
C’est la fête sur les Champs-Élysées après la victoire de la France ! #FRAMAR #MARFRA #FranceMaroc pic.twitter.com/XQ1BModRti
— Clément Lanot (@ClementLanot) December 14, 2022
As apostas eram altas em ambos os lados. Caso Marrocos ganhasse a partida, o país seria a primeira nação africana a chegar a uma final de Copa do Mundo. Agora, a França está prestes a se tornar a primeira seleção a não abrir mão do título mundial em 60 anos.
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Na capital francesa, a polícia se preparava para possíveis conflitos, principalmente depois das brigas que aconteceram na Champs-Elysées após a vitória marroquina nas quartas de final sobre Portugal. Em outros locais, a comemoração pela conquista de Marrocos foi pacífica.
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— Daphné Rousseau (@daphnerousseau) December 14, 2022
Ao todo foram 10.000 agentes mobilizados em todo o país. Segundo o ministro do Interior, Gérald Darmanin, 2.000 deles estão só em Paris, o dobro da segurança colocada em partidas anteriores.
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No entanto, tensão entre os dois times extrapola os gramados. A relação entre as duas nações é profundamente enredada pelos laços coloniais e o fluxo de imigração de mão de obra africana no pós-guerra. Atualmente, a França é lar de grande parte da comunidade marroquina e muito conquistaram a dupla nacionalidade.
O clima diplomático entre os dois países também não está em suas melhores fases. Após o escândalo do caso Pegasus, um software de espionagem desenvolvido pela empresa israelenses NSO, a França reduziu o número de vistos a cidadãos marroquinos. Na ocasião, a empresa foi acusada de estar espionando a população francesa, inclusive o presidente francês, Emmanuel Macron.