A Coreia do Norte anunciou, neste sábado (12), que desmantelará sua planta de testes nucleares ainda este mês, diante da imprensa e antes da histórica reunião entre o ditador do país, Kim Jong-un, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os mais céticos advertem, porém, que Pyongyang precisa fazer um compromisso público para entregar seu arsenal, que inclui mísseis capazes de alcançar os Estados Unidos. Washington está buscando a “completa, verificável e irreversível desnuclearização” da Coreia do Norte.
Em Punggye-ri – as instalações que serão fechadas no país –, foram realizados seis testes nucleares, o último e mais poderoso em setembro do ano passado, quando Pyongyang disse que possuía uma bomba H. A cerimônia para o desmantelamento das instalações foi programada para acontecer entre os dias 23 e 25 de maio, disse o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano, segundo a agência estatal de notícias KCNA.
Os túneis da planta de testes serão explodidos, e suas entradas, completamente bloqueadas, afirmou o Ministério em um comunicado. Todas as instalações de observação e institutos de pesquisa serão eliminados e “a zona ao redor da planta de testes será fechada completamente”, acrescentou.
Jornalistas de China, Rússia, Estados Unidos, Reino Unido e Coreia do Sul poderão cobrir o evento para mostrá-lo “de maneira transparente”.
Ajuda americana
Os Estados Unidos irão ajudar no crescimento da economia da Coreia do Norte, se o país tomar medidas firmes para se livrar de suas armas nucleares de forma permanente e verificável, disse o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.
“Se a Coreia do Norte adotar medidas ousadas para rapidamente se desnuclearizar, os Estados Unidos estão preparados para trabalhar com a Coreia do Norte para alcançar a prosperidade na mesma medida dos amigos sul-coreanos”, disse Pompeo, durante conferência de imprensa.
As declarações do secretário foram feitas antes da revelação dos planos norte-coreanos para desativar suas instalações nucleares. De acordo com Mike Pompeo, os EUA desejam ter o país como um parceiro “e não como um inimigo”.
“Nós conversamos sobre o fato de que a América teve muitas vezes na história adversários que agora são parceiros próximos e sobre nossa esperança de que poderíamos alcançar o mesmo no que diz respeito à Coreia do Norte.”
(Com AFP e Estadão Conteúdo)