A Coreia do Norte declarou nesta segunda-feira que o novo míssil estratégico de alcance médio a longo, testado no domingo, pode transportar uma ogiva nuclear “de tamanho grande”, publicou a agência de notícias oficial KCNA.
O lançamento do míssil batizado de Hwasong 12 foi supervisionado pelo ditador Kim Jong-un, que esteve presente no teste às 4h58 de ontem, no horário local (17h28 de sábado em Brasília). O dispositivo alcançou uma altitude de 2.111,5 quilômetros e voou 787 quilômetros de distância, um trajeto de meia hora, segundo a KCNA. De acordo com a agência, Pyongyang fez o lançamento com o objetivo de “verificar as especificações táticas e técnicas do recém desenvolvido míssil balístico”.
Após observar a operação, Kim advertiu aos Estados Unidos de que “não devem ignorar ou subestimar a realidade de que seu território e suas operações na região do Pacífico estão na mira de fogo” da Coreia do Norte, segundo a nota. O ditador norte-coreano ordenou aos cientistas e técnicos que continuem a desenvolver continuamente “armas nucleares mais precisas e diversas e meios de ataque nuclear”.
O teste do domingo foi o primeiro em duas semanas na Coreia do Norte. Nos últimos dois meses, o país já havia disparado ao menos outros quatro mísseis balísticos. Se bem sucedidos, os dispositivos são capazes de voar distâncias superiores a 5.000 quilômetros, ou seja, de cruzar diferentes continentes. Desta vez, o míssil balístico caiu no mar entre a costa nordeste norte-coreana e o Japão.
Rússia
O presidente russo Vladimir Putin condenou o teste balístico da Coreia do Norte nesta segunda-feira, mas alertou outros países quanto a “intimidar” o país ditatorial, em comentário que pareceu uma indireta ao governo americano. Durante visita à China, Putin pediu por uma solução via diálogo para as tensões na região.
“Gostaria de confirmar que somos categoricamente contra a expansão do clube de nações nucleares, inclusive ao longo da Península Coreana”, disse Putin. Em seguida, o presidente acrescentou: “Devemos parar de intimidar a Coreia do Norte e encontrar uma solução pacífica para esse problema”.
(Com Estadão Conteúdo e EFE)