A Coreia do Sul anunciou na quinta-feira, 11, que vai implementar armas de laser para abater drones vindos da Coreia do Norte até o final deste ano. A iniciativa faz parte do projeto Star Wars, lançado em 2019 — nome que faz referência à franquia de filmes homóloga que contava com sabres de luz, inspiração para o sistema de defesa.
Os dispositivos a serem usados pelo Exército foram desenvolvidos pela empresa Hanwha Aerospace e são baratos (R$ 7,91 por cada disparo), silenciosos e invisíveis, de acordo com a Administração do Programa de Aquisição de Defesa da Coreia do Sul (DAPA).
“Nosso país está se tornando o primeiro país do mundo a implantar e operar armas a laser, e as capacidades de resposta de nossos militares à provocação de drones da Coreia do Norte serão ainda mais fortalecidas”, disse a DAPA em comunicado.
Em entrevista à agência de notícias AFP, um dos funcionários da DAPA, Lee Sang-yoon, afirmou que o primeiro sistema laser, chamado “Block-I”, será “operacional ainda este ano”. Esse modelo de armamento queima motores e outros equipamentos elétricos de drones por meio de um feixe de laser que não pode ser visto a olho nu, a uma temperatura de mais de 700°C, derrubando-os entre 10 e 20 segundos.
“O custo por disparo é extremamente barato comparado a outras armas guiadas”, explicou Jo Yong-jin, um porta-voz da DAPA, a repórteres. “Respostas a ativos de ataque e armas de baixo custo, como pequenos drones, poderão ocorrer de forma muito eficaz e eficiente.”
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Tensões de Norte a Sul
A nova arma será implementada em meio ao aumento de tensões entre Seul e Pyongyang. Em dezembro, cinco drones norte-coreanos cruzaram a fronteira para a vizinha pela primeira vez desde 2017. Em resposta, a Coreia do Sul enviou caças e helicópteros de ataque para abatê-los. No início deste ano, o governo de Kim Jong-un classificou o vizinho como seu “principal inimigo” e prometeu eliminá-lo por tentar travar uma guerra com o apoio dos Estados Unidos.
No último mês, o governo norte-coreano lançou uma série de balões com fezes, lixo e vermes contra o vizinho, em retaliação ao envio de balões com K-pop, doramas, roupas e notas de dólar por ativistas sul-coreanos pela divisa. Frente ao risco de escalada das hostilidades, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, acordaram nesta quinta-feira, 11, uma nova diretriz de dissuasão contra a Coreia do Norte, para combater as ameaças nucleares e militares.
Biden e Yoon fizeram uma reunião às margens da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar ocidental, em Washington. O chefe da Casa Branca reiterou seu compromisso em estabelecer um sistema integrado de dissuasão contra a Coreia do Norte e garantiu o apoio americano com uma ampla gama de capacidades, incluindo a nuclear.
A nova diretriz oficializa a instalação de ativos nucleares dos Estados Unidos na península coreana e ao redor dela para dissuadir e responder a possíveis ataques nucleares do Norte, disse Kim Tae-hyo, vice-secretário de Segurança Nacional de Yoon. Segundo ele, os presidentes reafirmaram seus compromissos na “Declaração de Washington Estados Unidos-República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul)” e destacaram que qualquer ataque nuclear da Coreia do Norte contra Seul será recebido com uma resposta “rápida, esmagadora e decisiva”.