Coreia do Sul e Coreia do Norte abriram nesta sexta-feira 14 um escritório conjunto de coordenação do lado norte da fronteira altamente militarizada. O objetivo da ação é criar um canal de comunicação permanente, parte de uma série de esforços para encerrar a rivalidade de décadas.
“Um novo capítulo da história se abre hoje aqui”, declarou o ministro sul-coreano da Unificação, Cho Myoung-gyon, durante a cerimônia de abertura do escritório. “Este escritório de coordenação é um novo símbolo de paz criado conjuntamente pelo Sul e pelo Norte”, acrescentou.
O local inclui escritórios separados para o Norte e o Sul, assim como uma sala de conferências comum. Segundo Seul, este “canal de consultas e comunicação” permanecerá aberto as 24 horas do dia, durante todo o ano. Ao menos vinte representantes de cada país trabalharão no escritório.
Antes disso, as duas Coreias se comunicavam por fax e por linhas telefônicas especiais, que eram suspensas com frequência quando as relações pioravam.
O escritório fica nas dependências do complexo industrial de Kaesong, onde durante quase uma década empresas sul-coreanas mantiveram linhas de produção com trabalhadores norte-coreanos no parque industrial.
O parque, outrora o símbolo mais evidente da cooperação intercoreana, está fechado desde fevereiro de 2016, quando a tensão aumentou na península coreana por causa da realização do quarto teste nuclear da Coreia do Norte.
O presidente sul-coreano Moon Jae-in começará na próxima terça-feira 18, em Pyongyang, uma visita de três dias que será a terceira cúpula intercoreana neste ano.
O líder da Coreia do Sul se tornou no último ano o artífice de um rápido degelo na península, que permitiu um encontro histórico entre Kim Jong-un e o presidente americano, Donald Trump, em junho passado em Singapura.
Nesta ocasião, o líder norte-coreano se mostrou favorável “à desnuclearização da península”, uma expressão que permite todo tipo de interpretação.
Enquanto as duas Coreias estreitam seus laços, os esforços americanos para conseguir avanços tangíveis na desnuclearização do Norte parecem estar estagnados.
(Com AFP, EFE e Reuters)