O governo da China anunciou nesta quinta-feira, 26, que fechará as fronteiras do país à entrada de estrangeiros por tempo indeterminado a partir deste sábado, 28, como medida para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2). A medida prevê exceções para viagens essencias nos planos comercial, científico e humanitário.
Primeiro epicentro da pandemia, a China, onde o novo coronavírus foi descoberto em dezembro, tem apresentado apenas cerca de 100 novos casos de contaminação por dia nas últimas duas semanas. Neste momento, o temor é que novos surtos surjam por meio de estrangeiros e chineses procedentes do exterior.
“A suspensão é uma medida temporária que a China é obrigada a tomar à luz da situação do surto em outros países”, justificou o governo chinês em um comunicado oficial. “A China manterá contato e administrará adequadamente a transição de pessoas com o resto do mundo sob circunstâncias especiais”, concluiu.
Os estrangeiros que desejam entrar em território chinês “para atividades econômicas, comerciais, científicas ou tecnológicas necessárias” poderão ser isentos da restrição, assim como aqueles que viajam por “emergências humanitárias”. O Ministério das Relações Exteriores e Imigração Nacional chinês disse também nesta quinta-feira que as exceções se estendem aos diplomatas, às tripulações de aviões, dentre outros casos.
Em linha com determinações da Administração de Aviação Civil da China, o governo decretou que cada companhia aérea chinesa terá o direito de manter apenas uma rota comercial para somente um país determinado — a ser escolhido pela empresa. Haverá apenas um voo por semana por empresa. As linhas aéreas estrangeiras poderão manter voos à China, mas apenas uma rota, com um voo semanal para cada empresa.
As autoridades chinesas reportaram 81.848 casos confirmados da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, segundo o mais recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado na quarta-feira 25. O país responde por quase 20% dos casos em todo o mundo. O número de mortes no território chinês alcança 3.287.
A China, entretanto, tem demonstrado recuperação da pandemia. Os 11 milhões de habitantes da cidade de Wuhan, onde o novo coronavírus surgiu em dezembro passado, estão sendo autorizados a voltar a suas atividades. O transporte público foi retomado nesta semana, após dois meses de confinamento e paralisação da circulação de pessoas.
Segundo estimativa do jornal americano The New York Times, a China tem reportado apenas cerca de 100 novos casos por dia nas duas últimas semanas. Em comparação, a Itália reportou 5.249 casos na quarta-feira, segundo a OMS.