O Irã iniciou nesta terça-feira, 21, um processo de reabertura do comércio classificado como de “médio risco” de propagar a Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. O relaxamento das medidas de restrição foi anunciado pelo presidente Hassan Rohani, em discurso televisionado na segunda-feira 20.
Mesmo com os alertas de profissionais de saúde da República Islâmica sobre uma possível nova onda de contágios no país, o mais afetado pelo vírus no Oriente Médio, o governo tentou encontrar um balanço entre a prevenção e a economia já fragilizada.
Por causa das sanções impostas pelos Estados Unidos, o Irã foi forçado a industrializar o país para não depender apenas do petróleo como fonte de renda. Porém, o novo setor é frágil, ainda mais em um momento em que os países vizinhos, que importam esses produtos manufaturados, estão com suas fronteiras fechadas devido ao risco de propagação que o vírus oferece.
“Será autorizado aos estabelecimentos que oferecem risco médio, como lojas, bazares e outros prédios como Shopping Centers, a reabertura enquanto respeitem os protocolos de saúde”, disse Rohani. O presidente também autorizou o tráfego de pessoas entre as cidades. No entanto, o governo estendeu as restrições às escolas e universidades e manteve a proibição de eventos religiosos, culturais ou esportivos.
As medidas não vieram sem críticas. Ali Reza Zali, o chefe da força-tarefa do governo no combate ao coronavírus em Teerã, disse que um aumento no trânsito de pessoas pode aumentar a propagação da doença. “O ponto mais importante é que mais deslocamentos, principalmente por meio de transporte público, aumentam a possibilidade de disseminação do vírus”, afirmou.
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Clique e AssineApesar do alerta, Mohannad Asayi, um dos conselheiros do ministro da Saúde, afirmou na televisão estatal que tudo “depende do nível em que as pessoas estão respeitando os protocolos de saúde”. “As pessoas não devem achar que a situação voltou ao normal”, completou.
O Irã registrou na segunda-feira novos 1.294 casos e 91 mortes, elevando a cifra total a 84.802 casos e 5.297 mortes no país. Os números de segunda-feira, porém, estão abaixo dos picos registrados no final de março e seguem uma tendência de queda.
No mundo, a doença infectou 2.501.156 pessoas, dessas, 659.732 foram curadas e 171.718 morreram, segundo levantamento em tempo real da Universidade Johns Hopkins.