O Reino Unido deu sinal verde para a reabertura do país a partir desta segunda-feira, 11. O plano detalhado está expresso em um documento de 60 páginas e prevê a retomada da atividade econômica de forma progressiva. Mas, caso os número de novos infectados por Covid-19, a doença causada pelo no coronavírus, voltem a subir, as restrições poderão ser reimpostas.
A medida é ousada porque a nação apresenta o maior número de mortes da doença na Europa. Com 32.065 óbitos e 223.060 infectados, está atrás apenas da Espanha e dos Estados Unidos, que registram 1.369.994 pacientes e 80.848 mortos.
O anúncio do plano foi feito pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, em discurso à nação na noite de domingo 10. Mas o documento que detalha a reabertura só foi liberado nesta segunda-feira após críticas dos governos de países como Nova Gales e Escócia, que já avisaram que vão seguir com suas próprias regras de relaxamento do confinamento.
No restante do Reino Unido, as regras começão a valer nesta semana, com o objetivo de “substituir gradualmente as restrições sociais existentes por medidas inteligentes e efetivas”. O documento libera mais atividades fora de casa e obriga a população a usar máscaras e manter o distanciamento social nas ruas, sob pena de multa.
O plano do governo é ir relaxando o confinamento até junho, quando haverá a volta das escolas do ensino fundamental e a reabertura de empresas, incluindo as definidas como “não essenciais”. Eventos esportivos, como a Premier League, e culturais também serão permitidos, mas somente de portas fechadas. O objetivo é que até quatro de junho todo o comércio esteja reaberto, incluindo cabeleireiros, cinemas e bares.
Se a pandemia estiver controlada no Reino Unido até julho, as escolas do ensino médio e o setor de hospedagem poderão voltar a funcionar.
Os trabalhadores que não podem realizar seus trabalhos em casa, como os empregados na indústria e na construção civil, serão encorajados a voltar aos seus postos a partir de quarta-feira, 13. Johnson garantiu que o governo enviará às empresas as diretrizes de segurança necessárias para se evitar um aumento no número de casos de Covid-19.
No entanto, o documento afirma que essas datas são somente projeções que estão sujeitas a alterações pelo corpo de cientistas que assessora o governo. O texto afirma que o governo não busca somente a reabertura econômica, mas um equilíbrio “justo” entre economia e saúde publica.
O governo deixa claro no documento que o “novo normal”, com o aumento ou relaxamento de restrições, continuará até que um tratamento ou vacina estejam disponíveis. “Não há uma solução rápida. Somente o desenvolvimento de uma vacina ou uma droga efetiva poderá controlar essa epidemia e reduzir a mortalidade sem a imposição do distanciamento social”, afirma o texto, que também rejeita a ideia de “imunização de rebanho”.
A imunização de rebanho é uma teoria em que o confinamento social não é decretado para que o vírus circule e infecte as pessoas acarretando na imunização da população. Foi adotada pela Suécia. Essa política teria o objetivo de salvar a economia, mas, por outro lado, geraria um alto custo em vidas humanas. O Reino Unido foi o primeiro país a defender a prática, mas a abandonou quando percebeu que ela não funcionava.
“Em médio prazo, permitir que o vírus se espalhe de uma maneira não controlada até que a população tenha imunidade, colocaria a estratégia do governo de recuperação sob grande pressão. Em nenhum momento ela fez parte da estratégia do governo”, afirma o documento.
Atualmente, o Reino Unido é a nação que mais tem mortes da doença na Europa. Com 32.065 óbitos e 223.060 infectados, o país se encontra somente atrás da Espanha e Estados Unidos, que registra 1.369.994 pacientes e 80.848 mortos.