Corpo de terrorista Osama bin Laden é sepultado no...

**1/25** Osama bin Laden em um dos vídeos encontrados pelos soldados americanos em seu esconderijo em Abbottabad, no Paquistão *(Departamento de Defesa dos EUA/Reprodução/AFP/VEJA)*

**2/25** Em Washington, manchetes sobre a morte de Osama bin Laden em uma banca de jornal *(Mark Wilson/Getty Images/VEJA)*

**3/25** Jornais exibem manchete sobre a morte de Osama Bin Laden no centro de Washington, Estados Unidos *(Mark Wilson/Getty Images/VEJA)*

**4/25** Maquete do esconderijo de Osama bin Laden no Paquistão *(Anthony Boone / AFP/VEJA)*

**5/25** Ilustração cedida pelo Pentágono mostra o composto em Abbottbad, Paquistão, onde Osama bin Laden foi morto *(AFP/VEJA)*

**6/25** Curiosos e imprensa observam a casa onde Osama bin Laden foi morto no Paquistão *(Aamir Qureshi/AFP/VEJA)*

**7/25** Equipes de imprensa tentam filmar a casa onde Osama bin Laden foi morto pelas forças especiais militares dos EUA, no domingo, em Abbottabad, nos arredores de Islamabad, Paquistão *(Aamir Qureshi/AFP/VEJA)*

**8/25** Quarto da mansão onde Osama bin Laden foi morto, em Abbottabad *(AFP/VEJA)*

**9/25** Corpo não identificado na casa onde estava Osama bin Laden em Abbottabad, Paquistão *(Reuters/VEJA)*

**12/25** Multidão comemora morte do terrorista Osama bin Laden na frente da Casa Branca, em Washington, na noite deste domingo. *(Manuel Balce Ceneta/AP/VEJA)*

**13/25** O terrorista Osama bin Laden *(Arquivo/AP/VEJA)*

**14/25** Osama bin Laden em campos de treinamento no Afeganistão *(Sipa Press/VEJA)*

**15/25** Osama Bin Laden no Afeganistão, em 1998 *(STR/EFE/VEJA)*

**16/25** Osama bin Laden em esconderijo no Afeganistão *(AFP/VEJA)*

**17/25** Osama bin Laden em pronunciamento na Al-Jazeera no dia 7 de outubro de 2001 *(AP/VEJA)*

**18/25** Osama bin Laden em pronunciamento na televisão no dia 17 de abril de 2002 *(AP/VEJA)*

**19/25** Osama bin Laden em pronunciamento na Al-Jazeera no dia 10 de setembro de 2003 *(AFP/VEJA)*

**20/25** Osama bin Laden com Ayman al-Zawahri *(Reuters/VEJA)*

**21/25** Osama bin Laden em coletiva de imprensa no sul do Afeganistão em 1998 *(Rahimullah Yousafzai/AP/VEJA)*

**22/25** Osama bin Laden no Afeganistão *(AFP/VEJA)*

Depois de morto numa operação americana de notável precisão, o líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, teve seu corpo sepultado no mar, de maneira quase imediata. “Encontrar um país disposto a aceitar os restos mortais do terrorista mais procurado do mundo seria difícil. Por isso, os Estados Unidos decidiram enterrá-lo no mar”, afirmou uma autoridade não identificada da Casa Branca. O desejo de impedir que o túmulo do terrorista se tornasse lugar de peregrinação também foi apontado como motivo para a decisão.

Segundo os americanos, os rituais islâmicos foram observados durante o sepultamento. “O corpo foi lavado e colocado em um lençol branco. Posteriormente, foi depositado em um saco com pesos. Um oficial militar leu os ditos religiosos que foram traduzidos para o árabe por um nativo da língua. Depois que as palavras foram pronunciadas, o corpo foi apoiado em uma tábua plana, inclinada para cima, e deslizou para o mar,” disse um oficial da Defesa dos EUA. A religião prevê ainda que o enterro aconteça até 24h depois da morte.

A escolha do mar como sepultura, no entanto, foi considerada inadequada por diversos cléricos muçulmanos. E o temor de que a sepultura de Bin Laden pudesse se tornar santuário também foi descartada como sem fundamento, uma vez que o islamismo proíbe a construção de monumentos fúnebres – daí porque até os reis da Arábia Saudita são enterrados em covas sem identificação.

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Tradição – Um porta-voz do centro Al-Azhar, alta autoridade intelectual do islã sunita, foi enfático ao afirmar que o sepultamento no mar é um procedimento que vai contra as determinações islâmicas. “Se é verdade que lançaram seu cadáver ao mar, o islã é completamente contrário”, declarou Mahmud Azab, conselheiro do grande imã Ahmad Al Tayeb para o diálogo interreligioso, à agência de notícias France-Presse. “O islã não aceita a imersão no mar, apenas o enterro”, enfatizou.

Contudo, há algumas raras exceções em que o procedimento é permitido, ressalva Mahmud Azab, como em casos de vítimas de naufrágio. Sites ligados à religião e citados pelo jornal britânico The Guardian reiteram que a prática é muito rara entre os muçulmanos, mas citam que isso seria possível também caso houvesse risco de que a sepultura fosse cavada por inimigos do morto, cujo corpo pudesse ser mutilado.

Especialista em estudos islâmicos de Al-Azhar, a universidade mais prestigiada entre os sunitas, Abdel Moti Bayumi, alerta que a decisão dos Estados Unidos de dar esse fim ao corpo de Osama bin Laden pode dar a seus seguidores outro motivo para se vingar dos EUA e seus aliados. “Gostaríamos que a sharia (lei islâmica) tivesse sido respeitada no enterro, apesar de não estarmos de acordo com o que ele fez e pensarmos que deformou o islã”, salientou.