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Cortes em ajuda humanitária decretados por Trump já atingem Palestina

Projetos em hospitais, de distribuição de alimentos e auxílio para procura de empregos estão sendo prejudicados

Por Da Redação
Atualizado em 30 ago 2018, 11h01 - Publicado em 30 ago 2018, 10h33
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  • A decisão dos Estados Unidos de cortar mais de 200 milhões de dólares em ajuda humanitária aos palestinos já está afetando centenas de milhares de pessoas vulneráveis, denunciou nesta quinta-feira (30) o jornal britânico The Guardian.

    O governo de Donald Trump anunciou o corte na ajuda econômica no último dia 23, afirmando que esses fundos serão agora usados para financiar “projetos de grande prioridade” em outros lugares.

    Em janeiro, a Casa Branca já tinha congelado o envio de 65 milhões de dólares que tinham como destinatário a Agência de Ajuda e Trabalho das Nações Unidas (UNRWA, que se encarrega da ajuda aos refugiados palestinos), o que gerou graves problemas econômicos à organização

    A agência Catholic Relief Services, que opera na Faixa de Gaza, afirmou ao The Guardian que, desde o primeiro corte em ajuda humanitária, o número de palestinos assistidos pela organização com alimentos e auxílio para procura de empregos caiu de 150.000 para apenas 200.

    “O impacto desses cortes será sentido de forma profunda pela população de 2 milhões de pessoas em Gaza, na qual 80% depende da ajuda humanitária”, disse Hilary DuBose, representante da Catholic Relief Services em Jerusalém.

    Uma fonte da Autoridade Palestina afirmou ao jornal britânico que os últimos cortes representam uma paralisação quase total da ajuda humanitária americana. Entre todos os hospitais de Jerusalém Oriental, apenas um não será afetado pelos cortes, após a pressão de grupos evangélicos nos Estados Unidos sobre o governo.

    Outras agências prejudicadas pelas novas medidas são a Mercy Corps e a International Medical Corps (IMC), que juntas fornecem um programa médico financiado pelo governo americano em Gaza.

    Na clínica Ard El Insan, no reduto palestino, os médicos e funcionários tiveram seus salários reduzidos em mais de 50% e tiveram que diminuir as jornadas de trabalho. O hospital era financiado por um projeto do IMC.

    “Fomos muito afetados”, afirmou Safaa Isleem, médico e administrador da clínica. “Havia um projeto financiado pelo IMC que deveria durar cinco anos. Apoiava nosso trabalho em casos de desnutrição, raquitismo, anemia”, conta, afirmando que além dos salários, o abastecimento de suprimentos médicos também teve que ser reduzido.

    O governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP), liderado pelo primeiro-ministro Rami Hamdala, condenou a decisão dos Estados Unidos.

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    “Depois de usar ajuda humanitária para ameaçar e pressionar a liderança palestina para que aceite um plano (de paz) vazio, conhecido como ‘o pacto do século’, o governo Trump planeja cometer um escândalo imoral contra os refugiados palestinos se dando o direito de abolir seus direitos históricos sem legitimidade”, lamentou em nota.

    A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) também criticou o corte na ajuda humanitária e afirmou que os Estados Unidos fazem “uso de chantagem barata como ferramenta política”.

    Hanan Ashrawi, membro do Comitê Executivo da OLP, acusou Washington de “intimidar e castigar um povo sob ocupação”, e exercer “mesquinharia econômica castigando as vítimas palestinas”.

    (Com EFE)

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