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Covid-19: ‘Corredores turísticos’ permitirão viagens na União Europeia

Plano para abrir fronteiras entre países com situações epidemiológicas semelhantes deve ser apresentado em Bruxelas nesta quarta-feira, 13

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 14h38 - Publicado em 12 Maio 2020, 18h29

Um projeto da União Europeia para resgatar o setor do turismo deve permitir a reabertura de fronteiras entre países com perfis de risco de coronavírus similares. De acordo com um documento publicado pelo jornal britânico The Guardian, na quarta-feira, 13, a Comissão Europeia deve recomendar um plano que autorizará viagens em meio à pandemia.

“As restrições às viagens serão levantadas primeiro entre áreas com uma situação epidemiológica análoga e onde existam capacidades suficientes em termos de hospitais, testes, vigilância e rastreamento de contatos”, afirmou o documento, vazado pelo site Euractiv.

Anteriormente, a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, havia dito que “corredores turísticos” – acordos de abertura de fronteiras entre estados membros – poderiam ser um risco. Mas agora autoridades estão preocupadas em resgatar o setor de turismo, que é responsável por 10% da economia do bloco e emprega 12% de todos os trabalhadores registrados.

Entre os estados membros que devem se beneficiar estão alguns dos países mais afetados pela pandemia, como Espanha e Itália.

Na semana passada, o chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, já havia anunciado que pretendia abrir as fronteiras a visitantes de países seguros, como Alemanha e República Tcheca. A Estônia, a Lituânia e a Letônia também reabrirão as fronteiras entre si a partir de 15 de maio, criando uma “bolha de viagem” no Báltico.

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Na Grécia, que registra até agora poucas infecções, com apenas 2.744 casos confirmados, o governo sugeriu que os viajantes fossem testados para a Covid-19, doença causada pelo vírus, três dias antes da partida, segundo o Guardian. No país, cerca de um milhão dos seus 10,7 milhões de habitantes trabalha na indústria do turismo, e o ministro responsável pela área, Harry Theoharis, disse que, se a União Europeia não chegasse a um acordo em conjunto, Atenas adotaria medidas próprias.

Autoridades da União Europeia afirmaram que não podem impedir acordos bi ou trilaterais, mas pedem união.

França e Reino Unido também discutem um possível “corredor turístico” que permitiria idas e vindas de turistas durante o verão europeu. O governo britânico isentou os viajantes da França de fazer uma quarentena obrigatória de 14 dias para entrar no país, aplicada à maioria dos visitantes internacionais.

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Um porta-voz da Comissão Europeia disse que “todos os acordos que nos levem de volta à normalidade” são bem-vindos, mas pediu ao governo britânico que aplique a mesma regra a outros países da União Europeia onde a situação do coronavírus é semelhante à da França.

No pico da temporada de verão, turistas europeus poderão verificar um mapa interativo elaborado pelo serviço científico da União Europeia que fornecerá informações sobre possíveis destinos e condições de viagem, de acordo com o país de origem. Os estados membros também deverão se planejar para uma possível segunda onda da pandemia, e o bloco sugere que fronteiras só devam ser abertas após o início do relaxamento das restrições dentro do próprio país.

Em março, a Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas previu que o número de turistas poderia cair de 20 a 30% em 2020, causando perdas de 450 bilhões de dólares. Segundo o Guardian, o impacto na Europa deve ser ainda maior que em outras regiões porque cerca de metade dos turistas do mundo tem o continente como destino.

  • Leia também: A última chance para salvar o turismo na Europa
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