Um estudo de Harvard, publicado nesta terça-feira, 13, sugere que as medidas de distanciamento social devam ser mantidas de forma intermitente até o ano de 2022, prevendo reincidências do novo coronavírus nos próximos anos. Publicado na revista Science, dos Estados Unidos, o texto conclui que uma quarentena única não será suficiente para controlar a pandemia e que os picos secundários da doença podem ser maiores do que o atual.
O professor de epidemiologia de Harvard e co-autor do estudo, Marc Lipsitch, afirmou que o coronavírus ainda tem alto potencial de propagação porque a maioria da população ainda é suscetível à doença. “A menos que exista uma quantidade imensamente maior de pessoas imunes do que sabemos”, ponderou.
“Prever o fim da pandemia para junho de 2020 não é consistente com o que sabemos sobre a propagação de infecções”, disse Lipsitch.
Segundo o estudo, pode haver flexibilização das medidas de distanciamento periodicamente, de modo a manter a quantidade de casos de coronavírus em um nível que os serviços de saúde sejam capazes de suportar. Mesmo assim, os riscos à saúde continuação os mesmos até que uma vacina ou tratamentos altamente eficazes esteja disponível – a condição essencial para aliviar a necessidade de isolamento.
“Na ausência [de novas descobertas], a fiscalização e o distanciamento intermitente podem precisar ser mantidos até 2022”, concluem os autores. Um dos cenários simulados no artigo prevê que, na ausência de uma vacina, uma nova onda da Covid-19 poderia acontecer em um futuro tão distante quanto 2025.
Se a imunidade for permanente, a Covid-19 poderá desaparecer por cinco ou mais anos após o primeiro surto, sugere o artigo. Ou seja, a partir do final de 2025. Caso as pessoas tiverem imunidade por cerca de um ano, como é visto em alguns outros tipos de coronavírus circulantes, um ciclo anual de surto seria o resultado mais provável.
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