Sediado na Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) anunciou na terça-feira, 7, que projeta cerca de 66.000 mortes por Covid-19 no Reino Unido até agosto — uma taxa de letalidade superior a todos os outros 28 países europeus analisados pela entidade. O IHMA calcula para a semana que vem o ápice de mortes diárias e de demandas por leitos nos hospitais britânicos.
Segundo o IHMA, cerca de 2.900 pessoas provavelmente morrerão no Reino Unido em 17 de abril, considerado o pico da epidemia de Covid-19 no país. Devido à “limitação de dados disponíveis e de estudos” realizados, o instituto ressalva que o índice para 17 de abril pode de fato variar entre 829 a 7.922 mortes.
O jornal britânico The Guardian reporta que o instituto baseia suas previsões no crescimento do número de mortes, e não de casos confirmados nem na velocidade com que as medidas de distanciamento foram adotadas.
Durante o período de pico, o IHMA acredita que o National Health Service (NHS), o sistema de saúde pública do Reino Unido, será capaz de suportar apenas 17% da demanda por leitos. Desde 31 de março, segundo o estudo, o NHS está sobrecarregado.
Neil Ferguson, do Imperial College London, uma universidade pública britânica, acredita que o cálculo do IHMA para a demanda hospitalar no Reino Unido equivale ao dobro da realidade.
O número de mortes por Covid-19 no Reino Unido deve se estabilizar a partir do início de maio, quando o país já terá superado a marca de 60.000 mortos. Até agosto, cerca de 66.300 pessoas terão morrido pela doença no Reino Unido — o valor equivale a mais de 40% dos óbitos previstos pelo IHMA para o continente.
Dentre os outros 28 países europeus analisados pelo instituto, a Itália está em segundo no continente em número de mortes até agosto, com cerca de 20.300. A Espanha, em terceiro, deve reportar mais de 19.000, e a França 15.000, em quarto.
Diferentemente do Reino Unido, estima o IHMA, a Itália, Espanha e França já passaram pelo seus respectivos picos da epidemia. Além disso, o instituto aponta que os serviços de saúde pública nesses três países nunca foram sobrecarregados.