A nova variante do coronavírus encontrada no sudeste do Reino Unido já está presente em outros países como Islândia, Holanda, Austrália e Dinamarca, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou a VEJA neste domingo, 20. Os casos ainda são em pequeno numero, segundo a OMS. Na Dinamarca, que teve o maior número de registros, foram apenas 10. Nos outros, apenas um caso detectado. Na Itália, o primeiro paciente com a variante foi diagnosticado, em Roma, também neste domingo. Segundo o jornal Financial Times, ele havia chegado na cidade há 4 dias, procedente do Reino Unido. A nova cepa já tem até um nome: B.1.1.7. De acordo com a OMS, não há indícios de que esta variante seja mais mortal do que outras. Mas o problema é que ela se espalha mais rapidamente, causando preocupações entre cientistas do mundo todo. O primeiro ministro inglês, Boris Johnson, disse neste fim de semana que a nova cepa pode ser até 70% mais transmissível do que outras.
A alta taxa de transmissão da B.1.1.7 levou os governos da Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, El Salvador, França, Holanda, Irlanda, Israel, Itália e Turquia a proibirem voos e trens procedentes do Reino Unido. Na Austrália, não há ainda relatos oficiais de que a nova variante seja responsável pelo aumento dos casos. Mas neste fim de semana, a cidade de Sidney foi isolada do resto do país por conta do forte crescimento de número de casos.
Os cientistas ligados ao governo do Reino Unido estão estudando como esta variante afeta ou não a gravidade da infecção e a imunização. Até agora eles se mostram otimistas dizendo que as vacinas que estão hoje em produção contra o coronavírus combatem também esta nova variante.
A B.1.1.7 pode estar já em mais países do que os relatados até agora. Isso porque ela só é identificada com testes mais sofisticados que fazem uma leitura de 30 mil letras do código genético em cada amostra de Sars-Cov-2 e usando máquinas de sequenciamento especializados.
Outro ponto preocupante é que o B.1.1.7 não é a primeira variante detectada no mundo. A OMS diz que diversos países já reportaram variantes. Uma mutação com o código D614G foi detectada na Espanha durante o verão. Teve ainda o Y453F que surgiu nas chinchilas dinamarquesas, o que levou o governo a matar 17 milhões de animais para evitar que se espalhasse por outros países com a suspeita de que a variante acabaria com os esforços das vacinas em estudo. Segundo reportou o Financial Times, a cepa que neste momento causa maior preocupação, além da B.1.1.7, é uma variante na África do Sul chamada 501.V2. O líder do programa de Covid-19 no país, Salim Abdool Karim, informou na sexta-feira que entre 80% e 90% do vírus encontrado no país é este mutante 501.V2, que tem maior carga viral e portanto é mais transmissível.