Investigadores de crimes de guerra inspecionaram nesta terça-feira, 28, os escombros de um shopping na cidade de Kremenchuk, no centro da Ucrânia, destruído na véspera por um ataque com mísseis russos. Pelo menos 18 pessoas foram mortas e, segundo o presidente Volodymyr Zelensky, mais de 1.000 pessoas estavam no prédio, o que indica ser um ataque deliberado contra a população civil.
Wayne Jordash, um advogado britânico que trabalha com uma iniciativa internacional para ajudar nas investigações de crimes de guerra da Ucrânia, disse que as primeiras indicações são de que o prédio atingido “não tem nada a ver com os militares”.
“Em face disso, isso parece um crime de guerra. Parece que é um ataque deliberado a um objeto civil”, disse Jordash à agência de notícias Reuters.
Membros de uma equipe de especialistas jurídicos internacionais, a chamada “polícia de crimes de guerra”, vão continuar investigando o ataque. Segundo a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, essa é uma “questão sobre crimes contra a humanidade”.
Ela disse que o míssil atingiu uma fábrica perto do shopping, mas que ela estava fechada e não pode ser considerada um alvo militar.
A Rússia disse que o incidente foi causado por um ataque a um alvo militar legítimo. O Ministério da Defesa, segundo a agência de notícias estatal RIA, disse que as forças russas dispararam mísseis em um depósito de armazenamento de armas ocidentais em Kremenchuk, e a detonação de munição armazenada causou o incêndio no shopping próximo.
Assim, a Rússia negou ter atingido ou ter a intenção de atingir o shopping, que, de acordo com a pasta, estaria “inoperante”.
“Em Kremenchuk, as forças russas atacaram um depósito de armas que armazena armas recebidas dos Estados Unidos e da Europa com armas aéreas de alta precisão”, disse o Ministério da Defesa da Rússia em comunicado diário sobre a guerra.
“A detonação de munição armazenada para armas ocidentais causou um incêndio em um shopping center inoperante localizado próximo ao depósito”, acrescentou.
O G7 classificou o ataque como um crime de guerra russo, enquanto Zelensky disse que foi “um dos ataques terroristas mais desafiadores da história europeia”, acusando a Rússia de atingir civis diretamente.