Descontrolado, incêndio florestal em Atenas força milhares a deixarem suas casas
Chamas de até 25m de altura se espalharam por uma dúzia de cidades e vilarejos gregos; Fogo deve se alastrar ainda mais devido a ventos fortes
Um grande incêndio florestal se espalhou pelos arredores de Atenas, na Grécia, nesta segunda-feira, 12, levando autoridades locais a ordenarem que milhares de pessoas abandonem suas casas nas áreas próximas à capital grega. Bombeiros continuam a luta para conter o fogo em meio a temporada violenta de incêndios florestais, agravada pelo tempo seco e por altas temperaturas.
A ordem de retirada de civis foi aplicada a uma dúzia de cidades e vilarejos depois que o incêndio se alastrou para o Monte Pentélico, ao norte de Atenas, para a cidade histórica de Maratona, o município costeiro de Nea Makri e a vila de Grammatiko. Pelo menos três hospitais também foram esvaziados e seus pacientes direcionados a centros médicos em áreas mais seguras.
Na noite de domingo 11, nuvens escuras de fumaça tomaram o céu de Atenas ao passo que o fogo se aproximou do subúrbio de Dionísio, a cerca de 23 km do centro da cidade. Esse incêndio florestal, com chamas de até 25 metros de altura, foi o mais grave registrado na Grécia neste ano. Uma área de ao menos 30 km já foi queimada, após as labaredas se espalharem “como um raio” devido a ventos fortes, segundo o porta-voz do corpo de bombeiros, Vassilis Vathrakogiannis.
A Grécia está sob alerta máximo de incêndio até pelo menos esta quinta-feira, 15, e que mais áreas devem ser atingidas se o vento se intensificar, como indicam as previsões meteorológicas. “Temos um dia muito difícil pela frente”, disse Theodore Giannaros, pesquisador do Observatório Nacional de Atenas.
As operações de combate ao incêndio começaram no domingo. Mais de 670 bombeiros, 183 caminhões de bombeiros e 32 aviões com bombas de água e helicópteros foram mobilizados para conter o fogo. Pelo menos 250 pessoas já foram resgatadas em zonas de perigo, de acordo com a polícia de Atenas.
Mudança climática
Apesar de incêndios serem comuns durante o verão grego, quando as temperaturas costumam ultrapassar os 40ºC, o país no Mediterrâneo registrou em junho a onda de calor mais precoce de sua história – isso após passar pelo inverno mais quente no início do ano, bem como por longos períodos de seca que já afetam a produção local de azeite.
Desde maio, o país vem lutando contra centenas de incêndios florestais. Segundo cientistas, as mudanças climáticas tornaram fenômenos naturais como esse mais frequentes e intensos.
No mês passado, a Acrópole de Atenas, local turístico mais visitado da Grécia, fechou durante as horas mais quentes do dia para proteger visitantes contra insolação durante uma onda de calor que assolou o sul da Europa. Na época, o Ministério da Crise Climática e da Proteção alertou para o alto risco de incêndios na região da Ática, em torno da capital.