O número de mortos pelo deslizamento de uma enorme montanha de lixo em aterro sanitário na capital de Uganda, Kampala, há uma semana subiu para 35, incluindo 12 jovens, informou a polícia local nesta sexta-feira, 16.
Outros nove corpos foram encontrados desde que as buscas começaram na última quarta-feira 14. Naquele momento, as autoridades haviam relatado um total de 26 mortos. Pelo menos 28 pessoas ainda estão desaparecidas.
A polícia disse em um comunicado que alguns dos corpos desenterrados nos últimos dias estavam em mau estado, dificultando o processo de identificação das vítimas.
O porta-voz da polícia metropolitana de Kampala, Patrick Onyango, disse à agência de notícias AFP que as operações de resgate continuariam, apesar de parte do aterro estar inundado, impedindo o uso de escavadeiras. Ele acrescentou que um dos corpos encontrados na quinta-feira 15 era de um homem que estava desaparecido desde 2022, identificado como Abdul Nasir.
Deslizamento em aterro
Na última sexta-feira 9, uma montanha de lixo desmoronou no aterro de Kiteezi, em Kampala, devido a chuvas torrenciais, soterrando dezenas de pessoas, animais e casas. O acidente aconteceu de madrugada, enquanto os moradores da região dormiam.
O prefeito da capital ugandense, Erias Lukwago, descreveu o episódio como um “desastre que estava destinado a acontecer”. Ele já havia alertado sobre os riscos do desabamento de resíduos no local.
As autoridades municipais afirmaram que pelo menos 1.000 pessoas precisaram ser deslocadas devido ao incidente. A Cruz Vermelha de Uganda montou tendas perto do local para receber os desabrigados.
Criado em 1996, o Kiteezi foi por décadas o único lixão de Kampala, recebendo quase todos os resíduos coletados na cidade. Os moradores da área já fizeram diversas reclamações sobre o perigo do contato da população com substância potencialmente tóxicas presentes no aterro.