Dimitri Medvedev é nomeado primeiro-ministro da Rússia
Leal ao presidente Vladimir Putin, ele foi escolhido para o cargo de premiê pelo segundo ano seguido
A Duma (Assembleia Nacional) da Rússia aprovou nesta terça-feira a candidatura de Dmitri Medvedev para ocupar o cargo de primeiro-ministro do país. Seu nome fora proposto pelo chefe do Kremlin, Vladimir Putin.
Medvedev, de 53 anos, recebeu apoio de 374 deputados governistas e nacionalistas, enquanto sua candidatura foi rejeitada por 56 comunistas e social-democratas. Assim, a dupla Putin-Medvedev se mantém no comando do país, como vem ocorrendo nos últimos dez anos.
Entre 2008 e 2012, Medvedev ocupou o cargo de presidente, e Putin o primeiro-ministro. Tratou-se de uma acomodação política que permitiu a Putin valer-se da fidelidade de Medvedev para continuar no comando. Já nos últimos seis anos, os papéis foram invertidos.
Putin, que não costuma comparecer ao parlamento e foi recebido com aclamação pelos deputados, apresentou pessoalmente na Duma a candidatura de Medvedev um dia depois de tomar posse como presidente por mais seis anos em cerimônia no Kremlin.
“Medvedev não precisa de apresentação. Dirijo-me a todos os grupos parlamentares, peço que apoiem minha proposta de nomear Dmitri Medvedev como chefe de governo”, disse Putin na tribuna. O presidente considerou crucial garantir a continuidade no trabalho do governo e louvou o premiê por manter a estabilidade econômica em “anos difíceis”, em alusão às sanções ocidentais e à queda nos preços dos hidrocarbonetos.
O presidente determinou que a missão do governo será transformar a Rússia em uma das cinco maiores economias do mundo até 2024, o que incluirá a redução dos índices de pobreza para a metade. Atualmente, 20 milhões de pessoas estão nessa categoria.
“Eu estou, é claro, plenamente consciente da responsabilidade e das dificuldades que o governo vai encontrar”, declarou Medvedev aos deputados após a votação. “Acho que teremos condições de lidar com todas as tarefas estabelecidas pelo presidente”, afirmou, acrescentando que está “pronto para fazer o que for necessário para o desenvolvimento do país”.
Medvedev é jurista de formação, mas ocupou um lugar cada vez mais marginal em sua carreira política, limitado às questões técnicas. Impopular e ausente, foi acusado de corrupção pelo principal opositor ao Kremlin, Alexei Navalny, que mobilizou milhares de manifestantes contra ele.
O premiê nunca foi desautorizado, porém, por seu mentor, Vladimir Putin, a quem dedica uma lealdade inflexível.
(Com EFE e AFP)