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Diplomata exonerado critica autoritarismo do Itamaraty e ligação com Olavo

Paulo Roberto de Almeida foi exonerado de um instituto de pesquisas vinculado ao Ministério de Relações Exteriores

Por Da Redação Atualizado em 6 mar 2019, 07h01 - Publicado em 6 mar 2019, 02h43

Exonerado da presidência do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri) na última segunda-feira 4, o diplomata Paulo Roberto de Almeida publicou uma nota em seu blog pessoal na qual lista razões para a saída do cargo e demonstra indignação. Ele sugere que a medida foi tomada pelo Itamaraty em reação a textos críticos que compartilhou, além de uma retaliação por se opor à influência do filósofo Olavo de Carvalho.

Em uma de várias postagens nas redes sociais sobre o caso, ele escreveu que “personalidades autoritárias não apreciam espíritos libertários como o meu”, entre outras críticas, sobretudo ao chanceler Ernesto Araújo e ao filósofo.

Almeida postou, recentemente, dois artigos que reprovam a atual política externa brasileira – um de autoria do ex-ministro Rubens Ricupero e outro assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – juntamente com um texto no qual o próprio chanceler atual, Ernesto Aaraújo, defende sua atuação. 

Ele também publicou comentários negativos ao filósofo Olavo de Carvalho, a quem chamou de “sofista da Virgínia”. Depois de exonerado, Almeida voltou a condenar a influência de Olavo no governo o descreveu como uma “personalidade bizarra do momento político brasileiro, totalmente inepta em matéria de relações internacionais, mas ao que parece grande eleitor nas circunstâncias atuais”.

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O diplomata afirmou que foi retirado do cargo por conta dessas postagens. Prontamente, o Itamaraty e o próprio Olavo de Carvalho negaram a versão de Almeida.

“Paulo Roberto de Almeida espalhou que foi exonerado por externar divergências e divulgar textos críticos ao governo. Nada mais falso. Sua exoneração, que já era prevista, apenas foi antecipada — e o foi em razão de uma série de ofensas pessoais e não por qualquer tipo de divergência”, tuitou Filipe Martins, assessor da Presidência para Assuntos Internacionais. 

Olavo também se pronunciou pelas redes sociais. “Não fui eu quem cortou a cabeça do Paulo Roberto de Almeida. Não posso cortar o que não existe”, declarou.

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Diante da repercussão, o diplomata seguiu sugerindo que os artigos motivaram a demissão.

“Como ele (Ernesto Araújo) não podia responder (os textos de FHC e Ricupero), ele ficou com raiva, ofendeu os dois, e resolveu me exonerar. Na verdade, ele ficou com mais raiva ainda porque eu chamei o seu guru e patrono de ‘sofista da Virgínia’ e ataquei uma postagem ridícula dele sobre comércio internacional falando de ‘olavices debiloides'”, publicou no Facebook.

 

Sobre seu futuro, Paulo Roberto de Almeida diz que pretende seguir trabalhando para o Ministério de Relações Exteriores: “Voltarei a fazer da Biblioteca do Itamaraty o meu escritório de trabalho”.

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