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Direita decidida a voltar ao poder na Colômbia com promessa de mudança

Candidato Iván Duque disputa eleições de domingo como favorito, mas ainda deve ter que enfrentar um segundo turno

Por AFP
Atualizado em 25 Maio 2018, 08h00 - Publicado em 25 Maio 2018, 08h00

A direita se lança à reconquista da Presidência na Colômbia. Favorito nas eleições, seu candidato é um jovem e novato na política que percorreu o país prometendo fortalecer o acordo de paz com as Farc, erradicar a corrupção e melhorar a economia.

“Chegou o momento da mudança!”, exclama Iván Duque, de 41 anos, no encerramento da campanha em que defendeu maiores liberdades para as empresas e os valores tradicionais da família.

Os colombianos vão às urnas no domingo (27) para escolher um substituto para Juan Manuel Santos, que está inelegível após dois mandatos. O maior adversário de Duque na corrida é o economista e esquerdista Gustavo Petro. 

Promessas

Com a voz que lhe resta depois de uma maratona de discursos das últimas semanas, Duque se apresenta como um “galo de briga” disposto a “defender a Colômbia”. “Vamos reduzir impostos e aumentar os salários dos trabalhadores colombianos”, promete.

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O candidato da coalizão conservadora liderada pelo Centro Democrático e da qual também fazem parte grupos evangélicos, trabalhou 12 anos como economista no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mas na política apenas acumula quatro anos como senador.

No entanto, conta com um apoio de peso: o do controverso e popular ex-presidente Álvaro Uribe, “o papai da Colômbia”, como o apresenta o animador do palanque.

Reeleito senador nas eleições legislativas de 11 de março, Uribe, 65 anos, está impedido por lei de tentar um novo mandato após oito anos de governo (2002-2010).

Corpulento, de cabelos grisalhos, Duque busca representar 73% dos colombianos que têm menos de 45 anos, e voar por conta própria.

Modificar a paz

Uribe apresenta seu pupilo como “uma fortuna para a pátria” e rechaça as acusações da oposição de que o trata como uma marionete.

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Nas pesquisas, Duque aparece com uma vantagem de 12 pontos em relação a seu maior rival, Gustavo Petro, ex-guerrilheiro e ex-prefeito de Bogotá e a quem a direita relaciona ao modelo chavista que poderá levar a Colômbia à crise venezuelana.

Mesmo com o crescimento das pesquisas, parece que não poderá reeditar a façanha de Uribe de ser eleito no primeiro turno com mais 50% dos votos, e deverá disputar o segundo turno em 17 de junho.

A inesperada derrota do “Sim” ao acordo de paz com a ex-guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia (Farc), durante o plebiscito de 2016, mostrou que o resultado dos votos nem sempre é previsto pelas pesquisas.

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No momento, Duque insiste em modificar esse acordo para impedir a chegada ao Congresso de ex-guerrilheiros implicados em crimes graves.

Queremos que “quem cometeu crimes contra a humanidade tenham sanções proporcionais, que sejam incompatíveis com a representação política, para que não se configure impunidade”, responde à AFP.

Um pregador conservador

Duque promete ser duro com o “câncer da corrupção” e do narcotráfico, no país que mais produz cocaína no mundo. Também propõe “recuperar a economia” com uma reforma para reduzir a burocracia. Durante o governo de Uribe, a Colômbia cresceu uma média de 4,3% e no de Santos, 3,8%.

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Com Marta Lucía Ramírez, ex-ministra de Defesa de Uribe e que poderá ser a primeira vice-presidente mulher da Colômbia, Duque também defende valores cristãos em um país de maioria católica.

“Se educarmos bem as crianças, não teremos que castigar o adulto”, afirma em meio a aplausos antes de prometer “disciplinas de educação cívica e urbanismo nos colégios”, “prisão perpétua para estupradores e assassinos de menores” e a proibição “da droga para consumo próprio”.

Apresentando-se como defensor dos mais pobres, dos militares, dos aposentados, dos descapacitados e dos jovens, Duque propõe uma “Colômbia da legalidade”. “Eu não quero ser um presidente encastelado no palácio porque meu palácio é o povo colombiano!”, exclama.

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