‘Discurso machista’: as reações da mídia internacional ao 7 de Setembro
Em Portugal, o Público destacou em suas páginas iniciais a 'vulgar referência sexual' feita pelo mandatário, em menção aos gritos de 'imbrochável'
Com duras críticas às ações do presidente Jair Bolsonaro, alguns dos principais veículos da mídia internacional repercutiram nesta quarta-feira os eventos públicos deste 7 de Setembro.
Em Portugal, o Público destacou em suas páginas iniciais a “vulgar referência sexual” feita pelo mandatário, em menção aos gritos de “imbrochável”. No mesmo veículo, inclusive, foi preciso explicar a palavra, definida como “termo calão para designar um homem sexualmente viril”.
+ A desconfortável posição do presidente de Portugal no 7 de Setembro
O periódico também citou o “discurso machista” de Bolsonaro, que citou a esposa, Michelle Bolsonaro, em quem lhe deu um beijo na boca e a comparou com outras primeiras-damas, chamando-a de “princesa”.
A agência Télam, da Argentina, definiu o termo como “palavra em português que significa que seu membro sempre está ereto para o ato sexual”. O veículo destaca ainda que, no mesmo discurso em que “o presidente disse que o Supremo e a Justiça Eleitoral conspiram contra ele, também se vangloriou de seu próprio ‘vigor sexual'”.
A agência de notícias americana Associated Press, em texto republicado em jornais de peso como o Washington Post, por sua vez, afirmou que o presidente “transformou o bicentenário da independência em um comício”. O texto também sublinha o fato que o presidente “chegou em Brasília acompanhado de ao menos um dos empresários que supostamente participou de um grupo de mensagens que incluía comentários a favor de um possível golpe e envolvimento militar na política”.
Já a Reuters, outra agência de notícias, afirmou que o “líder de extrema-direita cooptou o feriado nacional do bicentenário para servir à sua reeleição”.
Em tom similar, o espanhol El País afirma que o presidente “converteu a efemérida em uma sucessão de atos eleitorais no Rio de Janeiro e em Brasília após presidir o desfile oficial na capital”.
Em reportagem, a rede americana CNN afirmou que “embora o Dia da Independência deva ser um feriado nacional apartidário, o presidente muitas vezes se refere a ele como um marco importante em sua campanha de reeleição, instando apoiadores a se preparem para ‘dar a vida’ naquele dia — uma escalada retórica até mesmo para o líder verborrágico populista”.
A rede francesa TV5, por sua vez, disse que “a quatro semanas da votação mais polarizada da história recente” do Brasil, Bolsonaro pretende usar a data como “uma demonstração de força”.