Ditadura da Nicarágua liberta 135 presos políticos por motivos humanitários
Acordo mediado pelos Estados Unidos tem 13 integrantes de uma igreja evangélica americana entre os libertados
A ditadura da Nicarágua libertou 135 presos políticos nesta quinta-feira (5), incluindo 13 pessoas filiadas a uma igreja evangélica americana, em acordo humanitário mediado pelo governo dos Estados Unidos. A informação foi confirmada pela Casa Branca.
Segundo Washington, os presos foram enviados para a Guatemala, onde serão recebidos como refugiados.
A libertação incluiu 11 pastores da igreja evangélica Mountain Gateway que tem sede no Texas.
Segundo a ditadura nicaraguense, a instituição era usada como fachada por seus membros para comprar bens de luxo, propriedades e terras.
Entre os libertados, há ainda missionários católicos e estudantes. “Esses dois grupos são vistos pelo ditador Daniel Ortega e a primeira-dama e vice-presidente, Rosario Murillo, como uma ameaça ao seu governo autoritário”, afirma Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
“Os Estados Unidos novamente pedem ao governo da Nicarágua que cesse imediatamente a prisão e detenção arbitrárias de seus cidadãos por meramente exercerem suas liberdades fundamentais”, acrescentou Sullivan.
Na Guatemala, todos os libertados poderão solicitar um visto de refugiado para reconstruir suas vidas nos Estados Unidos ou em outros países.
O governo Biden expressou agradecimento ao presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, pela cooperação de seu governo no acordo e por “defender a liberdade democrática”.
Os pastores do Mountain Gateway foram presos em dezembro após completar uma cruzada evangélica em oito cidades que custou 4 milhões de dólares e contou com a presença de quase um milhão de pessoas.
Eles foram condenados a até 15 anos de prisão e multados em um total de quase 1 bilhão de dólares.