Eleição geral no Reino Unido é confirmada para 12 de dezembro
Premiê Boris Johnson aposta na eleição de uma base maior conservadora para tocar o Brexit, sem mais atrasos
O Parlamento do Reino Unido aprovou nesta terça-feira, 29, a realização de eleições gerais em 12 de dezembro. A decisão é uma vitória para o primeiro-ministro, Boris Johnson, somente que teve sucesso em sua quarta tentativa de levar o país às urnas graças ao do Partido Trabalhista, de oposição. Na votação, Johnson conseguiu 438, e apenas 20 votaram contra.
Segundo o jornal britânico The Guardian, a imprevisibilidade será a grande marca do pleito. As eleições serão as primeiras a ser realizadas em dezembro desde 1923.
O projeto de eleições antecipadas ainda tem de passar pela Câmara dos Lordes, onde deve ser aprovado com facilidade. Caso a previsão se concretize, o Parlamento se dissolverá na próxima quarta-feira, 6, para o início de uma campanha eleitoral de cinco semanas.
Com a manobra, Johnson espera obter um novo e revigorado mandato para realizar aprovar o acordo do Brexit e também desfazer o atual impasse parlamentar, que levou ao novo adiamento da saída do Reino Unido, desta vez marcada para 31 de janeiro, reporta a BBC.
Os trabalhistas estavam divididos entre apoiar uma eleição ou um segundo referendo sobre o Brexit. Johnson havia pedido a contragosto uma extensão do prazo do Brexit, contradizendo sua promessa sair da União Europeia até 31 de outubro. Na corrida eleitoral, os conservadores farão campanha para concluir o Brexit, enquanto o Partido Trabalhista promete um segundo referendo para permitir que os britânicos decidam se querem mesmo deixar o bloco europeu.
Por sua vez, o Partido Brexit tentará superar os conservadores, com a promessa de uma saída sem acordo. Os democratas liberais buscarão votos no Partido Trabalhista a sua proposta de acabar de vez com o Brexit.
Johnson corre o risco de repetir o fracasso da antecessora Thereza May, que perdeu sua maioria já limitada no parlamento quando convocou eleições antecipadas em 2017. O atual líder britânico está cerca de 10 pontos à frente do Partido Trabalhista nas pesquisas médias, aproximadamente metade da margem que May tinha antes de levar seu partido a um resultado desastroso — que a impediu de ratificar seu acordo do Brexit e afundou sua carreira política.