A jornalista Ekaterina Gordon anunciou nesta segunda-feira que será candidata à presidência da Rússia nas eleições de março de 2018, decisão divulgada quase duas semanas após a apresentadora de televisão Ksenia Sobchak ter feito o mesmo. “Quero fazer uso do meu direito e apresentar a minha candidatura à presidência da Rússia”, disse Gordon em vídeo divulgado pelas redes sociais e em seu site oficial.
A jornalista e também cantora, de 37 anos, afirma que o seu programa eleitoral, que será apresentado mais tarde, terá foco na proteção das crianças e das mulheres. Segundo ela, esta “provavelmente será a única candidatura não pactuada com o Kremlin“.
A outra candidata, Ksenia Sobchak, filha de Anatoli Sobtchak, antigo mentor do presidente russo, Vladimir Putin, negou anteriormente fazer parte de um projeto do Kremlin e afirmou que nas eleições de março de 2018 buscará o voto dos insatisfeitos com a situação no país. No primeiro comparecimento público após o anúncio, a famosa apresentadora de televisão declarou que quer “quebrar as regras do jogo” porque é contra que “qualquer pessoa, inclusive Putin, fique no poder durante 18 anos”.
Gordon negou que a sua decisão esteja relacionada com o anúncio de Sobchak e prometeu convocar em breve uma entrevista coletiva para explicar as razões de sua candidatura.
Segundo especialistas russos, Gordon, que busca concorrer como candidata independente, ao contrário de Sobchak, não conta com os recursos necessários para registrar oficialmente a sua candidatura e realizar uma campanha eleitoral. O presidente russo, Vladimir Putin, ainda não confirmou se será candidato à reeleição em 2018.
Na história moderna da Rússia, apenas em duas ocasiões as eleições presidenciais contaram com candidatas mulheres: em 2000, quando Ella Pamfilova, atual presidente da Comissão Eleitoral do país, recebeu 1,01% dos votos; e em 2004, quando a dirigente liberal Irina Jakamada somou 3,84% dos votos.