Em briga com governo dos EUA, Texas ergue nova barreira na fronteira
Estado levantou cerca e arame farpado nesta semana para impedir entrada de patrulheiros federais num trecho fronteiriço
Nesta semana, o estado americano do Texas ergueu novas barreiras ao longo de parte da divisa com o México, bloqueando o acesso da Patrulha de Fronteira dos EUA, em meio a escalada das tensões entre o governo estadual e o governo federal do presidente Joe Biden.
Segundo um processo judicial enviado nesta sexta-feira, 12, pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) à Suprema Corte dos Estados Unidos, a Guarda Nacional do Texas levantou cerca e arame farpado por um trecho que era usado pelos patrulheiros federais.
No documento, um funcionário alfandegário afirmou que sem o acesso ao local os agentes não teriam como monitorar aquela área e “não teriam opções práticas para responder aos migrantes que possam estar em perigo”.
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O governador do Texas, o republicano Greg Abbott, e o presidente Biden, do Partido Democrata, protagonizam uma queda de braços sobre o número recorde de imigrantes que cruzam a fronteira desde o início do atual governo, em 2021. Os texanos tentam assumir o controle fronteiriço, que ao longo da história era função da Casa Branca.
Em entrevista coletiva ainda nesta sexta-feira, Abbott reiterou que o estado tem autoridade legal para controlar a entrada em qualquer local do estado, incluindo o Shelby Park, em Eagle Pass, que motivou o último enrosco judicial com Washington.
“Essa autoridade está sendo afirmada em relação ao parque em Eagle Pass, no Texas, para manter o controle operacional dele”, disse Abbott, que em 2022 ordenou o transporte de cerca de 100.000 imigrantes da fronteira para redutos democratas no norte do país, como Chicago e Nova York.
No início deste mês, o governo federal pediu aos juízes do Supremo que permitissem temporariamente que os agentes da Patrulha de Fronteira removessem a polêmica cerca de arame que o Texas acredita ser necessária para impedir travessias ilegais.
A Suprema Corte ainda não se pronunciou sobre a solicitação do governo Biden.