Em busca dos holofotes, Trump decide faltar a debate presidencial
Ex-presidente confirmou que não vai participar do evento republicano de disputa pela indicação do partido, em busca de atenção e de humilhar Fox News
O ex-presidente americano Donald Trump confirmou nesta segunda-feira, 21, que não comparecerá ao primeiro debate das primárias republicanas, marcado para quarta-feira, 23. O iniciativa pode cumprir dois objetivos: ofuscar o evento de abertura da disputa de indicação do partido para a candidatura às eleições presidenciais dos Estados Unidos e humilhar a Fox News, sua antiga aliada.
Em sua social, Truth Social, Trump confirmou que não participaria de debates nesta fase do pleito.
“Nova pesquisa da CBS, que acaba de sair, me coloca como líder do campo por números ‘lendários’ … PORTANTO, NÃO FAREI OS DEBATES”, escreveu em postagem.
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A equipe de Trump tem duas prioridades abrangentes para o debate, de acordo a mídia americana: privar os outros candidatos presidenciais republicanos de atenção e humilhar publicamente a Fox News, que hospedará o evento com o Comitê Nacional Republicano, porque ele está descontente com parte da cobertura recente sobre sua figura.
Por semanas, Trump se consultou com assessores sobre a possibilidade de faltar ao debate e fazer, ao invés disso, uma programação alternativa. Sua campanha achou uma boa ideia. Uma entrevista com o ex-apresentador da Fox News, Tucker Carlson, que ele gravou nos últimos dias, pode ser divulgada no mesmo horário do evento.
Trump também considerou entrar no debate de última hora – sem aviso prévio –, apostando que a cobertura da mídia se voltasse para sua visita surpresa e ofuscasse as respostas dos outros candidatos. Mas descartou essa opção, de acordo com a mídia local.
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A decisão de Trump de rejeitar o debate na Fox News em favor de uma entrevista online com Carlson marca um novo nível de hostilidade com a rede.
Executivos e apresentadores da Fox News têm implorado a Trump para participar do debate. No mês passado, o presidente da Fox News, Jay Wallace, e a CEO, Suzanne Scott, foram a Bedminster para convencer Trump a comparecer.
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Mas o ex-presidente tem atacado abertamente a rede de televisão desde o lançamento de sua campanha presidencial, em parte por causa da cobertura positiva de seu principal rival intra-partido, o governador da Flórida, Ron DeSantis. Ele também criticou em particular o presidente da Fox Corporation, Rupert Murdoch.
Também nesta semana, Trump deve apresentar-se ao tribunal do condado de Fulton, na Geórgia, para ser oficialmente preso, até no máximo sexta-feira, 25. Embora tenha sofrido pressão para ser autuado na quarta-feira, sua equipe jurídica se opôs e acha que quinta-feira é uma opção mais realista.