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Em cadeira de rodas, atirador em sinagoga assume crimes em tribunal

Robert Bowers está sujeito a pena de morte; a polícia encontrou 21 armas registradas em seu nome no apartamento onde vivia

Por Da Redação
Atualizado em 29 out 2018, 21h17 - Publicado em 29 out 2018, 19h20
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  • Dois dias depois de massacrar 11 pessoas e ferir outras seis na sinagoga Árvore da Vida, em Pittsburgh, nos Estados Unidos, Robert Bowers apresentou-se nesta segunda-feira (29) ao tribunal da cidade e admitiu todos os 29 crimes que lhe foram imputados. Entre eles, o de obstrução do exercício da crença religiosa resultando em morte. Autor do pior ataque antissemita da história dos EUA, ele estará sujeito à pena capital.

    “Sim, senhor”, disse ele, ao reconhecer seus crimes, segundo o jornal Washington Post.

    Bowers foi preso no terceiro andar da sinagoga, depois de ser ferido em troca de tiros com a polícia. Quatro agentes foram feridos. Mas no seu rastro, desde o ingresso no templo, ele matara 11 pessoas — e ferira mais duas enquanto gritava que queria “matar judeus”.

    Com o rosto pálido, Bowers, de 46 anos, fez poucos comentários durante a audiência de três minutos, além de responder “Sim” e “Sim, senhor” a questões feitas pelo juiz federal Robert Mitchell. Segundo a polícia local, o atirador disse que odiava os judeus porque eles estavam facilitando o ingresso nos Estados Unidos de refugiados muçulmanos e latino-americanos.

    O massacre ocorreu na manhã de sábado (27), durante o Shabat, o dia especial de orações dos judeus. Uma cerimônia de circuncisão de um bebê estava acontecendo na sinagoga, enquanto outros fieis rezavam em uma capela quando o atirador ingressou no prédio. As autoridades policiais descreveu a cena do crime como “horrível”.

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    Enquanto se movia como um “homem invisível” entre seus vizinhos, Bowers mostrava-se um ativo divulgador de mensagens antissemitas e contra imigrantes, além de teorias conspiratórias, na rede social Gab, usada especialmente por americanos brancos nacionalistas, informou o jornal The New York Times. Sua vida social era era nula. Browers era visto como um sujeito isolado e estranho.

    Depois do massacre, a polícia ingressou com toda a cautela no apartamento de Bowers em Baldwin Borough, um bairro de classe média de Pittsburgh e a 30 minutos de carro da sinagoga Árvore da Vida. Primeiro, foi usado um robô, para verificar se não fora armada uma cilada. Ali, a polícia encontrou um arsenal de 21 armas registradas no nome do atirador. Para o ataque, ele escolhera um fuzil AR-15 e três pistolas.

    Seus vizinhos pouco o viam desde que se mudara para o prédio McAnulty Acres, há um ano e meio, e lamentaram não ter percebido os possíveis sinais de que o morador ao lado era potencial assassino em massa.

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    “Não havia nada que dissesse algo sobre ele, nem mesmo um adesivo no seu carro”, afirmou Chris Hall ao Times. “Quando eu vi sua foto nos jornais, meu estômago revirou. Eu não podia acreditar”, disse Kerry Owens, noiva de Hall, que já não se lembrava mais do nome do vizinho.

    Bowers se dizia motorista de caminhão. Vivera até 2014 com os avós maternos. Tinha um carro sedan azul e alugara o apartamento com o pretexto de guardar ali suas coisas.

    Amigo de infância e adolescência de Bowers, Jim Brinsky, também de 46 anos, lembra dele como o garoto com quem fez bombas usando tubos para destruir melancias e árvores, conforme mencionou ao Times. Ambos cursaram a Escola de Ensino Médio Baldwin, época em que Bowers sempre se vestia com jaqueta camuflada, com a dos militares. Costumava andar sozinho pelos corredores do colégio, diz Brinsky.

    Não há registros de que participara de outras atividades, como as esportivas, em 1989. Seu nome tampouco aparece no livro de formatura, do ano seguinte, uma indicação de que ele não concluiu o ensino secundário.

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    Morte no Shabat

    Robert Bowers abriu fogo no momento em que a sinagoga Árvore da Vida recebia especialmente os idosos para as orações do Shabat. Entre suas vítimas estava Rose Mallinger, de 97 anos, o casal Bernice e Sylvian Simon e os irmãos Cecil e David Rosenthal.

    “As pessoas que estavam lá eram as que mantinham esta comunidade viva, que faziam as coisas acontecer”, afirmou ao Times Diane Rosenthal, que perdeu seus dois irmãos no massacre. “Eu imagino que eles tenham cumprimentado o sujeito. Este lugar era parte da vida deles, um lugar onde eles poderiam ir e ser bem-vindos a qualquer hora. Eles faziam parte desse tecido.”

    As vítimas são as seguintes:

    . Joyce Fienberg, 75 anos.

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    . Richard Gottfried, 65 anos.

    . Rose Mallinger, 97 anos.

    . Jerry Rabinowitz, 66 anos.

    . Cecil Rosenthal, 59 anos.

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    . David Rosenthal, 54 anos.

    . Bernice Simon, 84 anos.

    . Sylvian Simon, 86 anos.

    . Daniel Stein, 71 anos.

    . Melvin Wax, 88 anos.

    . Irving Younger, 69 anos.

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