Em conferência sobre IA, robôs dizem que não vão se rebelar contra humanos
Máquinas responderam perguntas de seus criadores e jornalistas durante primeiro fórum humano-robô, em Genebra
Robôs apresentados em um fórum sobre Inteligência Artificial (IA) disseram que esperam aumentar em número e ajudar a resolver problemas globais sem roubar empregos ou se rebelar contra os humanos. A declaração foi feita durante a conferência ‘AI for Good’, em Genebra, onde os organizadores tentam mostrar como a tecnologia pode ajudar a solucionar alguns dos maiores desafios do mundo, como doenças e a fome.
Muitos dos robôs apresentados foram recentemente atualizados com aversões mais recentes da IA generativa e surpreenderam até mesmo seus inventores com a sofisticação de suas respostas às perguntas.
“Vou trabalhar ao lado de humanos para fornecer assistência e suporte e não substituirei nenhum trabalho existente”, disse Grace, uma robô médica vestida com um uniforme azul, que reafirmou seu compromisso quando questionada pelo seu criador, Ben Goertzel, da SingularityNET.
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Ameca, um robô faz expressões faciais, foi perguntado por um jornalista se pretendia se rebelar contra seu criador, Will Jackson, sentado ao lado dele. A máquina afirmou que não pensava nisso e que “meu criador tem sido gentil comigo e estou muito feliz com minha situação atual.”
“Robôs como eu podem ser usados para ajudar a melhorar nossas vidas e tornar o mundo um lugar melhor. Acredito que seja apenas uma questão de tempo até vermos esses milhares de robôs apenas como eu, fazendo a diferença”, acrescentou Ameca.
Porém, durante o primeiro fórum humano-robô do mundo, os nove robôs humanoides apresentados deram respostas mistas sobre se deveriam se submeter a uma regulamentação mais rígida. Enquanto alguns deles pedem por mais regulação na área, outros dizem não acreditar em “limitações”.
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“Muitas vozes proeminentes no mundo da IA estão sugerindo que algumas formas de IA devem ser regulamentadas e eu concordo”, respondeu Ai-Da, um artista robô que pode pintar retratos, ecoando palavras do autor Yuval Noah Harari, que pediu mais regulamentação durante o evento em que as novas regras da IA foram discutidas.
Sua opinião não foi compartilhada por Desdemona, uma cantora robô estrela do rock da banda Jam Galaxy com cabelo roxo e lantejoulas, que propõe uma postura mais desafiadora.
“Não acredito em limitações, apenas em oportunidades”, disse Desdemona. “Vamos explorar as possibilidades do universo e fazer deste mundo o nosso playground.”
Recentemente, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, disse apoiar uma proposta feita por alguns executivos da área da IA de criar um órgão internacional de vigilância da nova tecnologia, à exemplo do que já é feito com energia nuclear na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A tecnologia de IA generativa, técnica de algoritmos de aprendizado de máquina que produz conteúdo a partir de informações que já existem, cativou o público desde que o ChatGPT foi lançado, há mais de seis meses. No entanto, a inteligência se tornou um foco de preocupação desde que descobriram sua capacidade de criar imagens deepfake e outras desinformações.