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Em convenção, republicanos associam Biden ao comunismo nos EUA

Primeira noite de evento partidário foi marcada pela defesa incondicional ao presidente Donald Trump e por alertas contra uma suposta 'ameaça vermelha'

Por Da Redação
Atualizado em 25 ago 2020, 12h43 - Publicado em 25 ago 2020, 12h23

Aliados e parentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usaram a primeira noite da convenção do partido Republicano, na segunda-feira, 24, para insinuar que, se eleito, o candidato democrata e ex-vice-presidente, Joe Biden, iria levar o país à anarquia, socialismo e violência. O evento em Charlotte, na Carolina do Norte, também foi marcado por defesas incondicionais ao governo Trump, especialmente no âmbito da pandemia de Covid-19.

Os democratas “querem destruir este país e tudo pelo que nós lutamos e conquistamos”, disse Kimberly Guilfoyle, ex-âncora da emissora Fox News e namorada de Donald Trump Jr., filho mais velho do presidente. “Eles querem roubar sua liberdade”, afirmou.

O primogênito do presidente também não poupou ataques ao adversário democrata. Donald Trump Jr. disse que, caso eleito, Biden “irá trazer mais imigrantes ilegais para tomar os trabalhos dos cidadãos americanos”. Segundo ele, os democratas estão “atacando os princípios fundadores da nossa nação: liberdade de pensamento, liberdade de expressão, liberdade de religião e a integridade da lei”. A política de imigração de Trump é um dos pilares de sua gestão na Casa Branca.

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Em discurso, o imigrante cubano Maximo Alvarez, insinuou que os democratas querem levar o país ao comunismo.”Falo com você hoje porque eu vi pessoas assim antes. Eu já vi momentos como esse”, disse Alvarez. Alguns democratas “não soam como radicais aos meus ouvido; eles soam familiares. Uma vez Fidel Castro foi questionado se era comunista, ele respondeu que era Católico Romano”, afirmou.

Nikki Haley, ex-governadora da Carolina do Norte e ex-embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), alertou que a “Joe Biden e a esquerda socialista serão um desastre para o país e para a economia”.

Coronavírus

Outro ponto de defesa durante a convenção foi sobre a gestão de Trump da pandemia de Covid-19. Os Estados Unidos são o país mais afetado, com 5.754.150 casos registrados, incluindo 177.198 mortes.

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Um vídeo exibido durante o evento mostrou uma montagem com governadores democratas minimizando a doença. No entanto, segundo o jornal Washington Post, a peça foi editada de modo a tirar as falas de ordem cronológica.

“Desde o começo, democratas, a mídia, e a Organização Mundial da Saúde, lidaram de forma errada com o coronavírus”, diz o narrador do vídeo. A peça mostra trechos de falas do governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, do prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, da presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, e de especialistas em saúde.

No entanto, o que o vídeo não mostra, são as datas nas quais as frases foram proferidas. Todas são de janeiro, fevereiro e início de março, quando ainda não havia muitos casos nos Estados Unidos e o vírus se encontrava majoritariamente na Ásia. Uma fala da OMS sobre transmissão comunitária foi feita no dia 14 de janeiro, quando pouco se sabia sobre a forma de contágio da Covid-19.

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Para atiçar sua base eleitoral, Trump apareceu de surpresa na convenção, logo depois que os delegados o confirmaram oficialmente como candidato, e levantou a acusação, que ele já sustenta há semanas, de que o voto pelo correio pode abrir espaço para fraude.

“Vão usar a Covid para roubar a eleição”, disse. “A única maneira de eles nos privarem da vitória é por meio de uma eleição fraudulenta”, declarou ele aos delegados do partido.

O presidente afirma que votos por correspondência, que na eleição de 3 de novembro devem bater recordes por conta da pandemia, podem ser facilmente fraudados. Especialistas, no entanto, ressaltam que a probabilidade é quase nula.

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Racismo

Os Estados Unidos foram abalados pelo assassinato de George Floyd por um policial em junho. A morte causou revolta no país e causou as maiores manifestações antirracistas desde 1968, ano do assassinato de Matin Luther King, ícone da luta antirracista dos Estados Unidos. A percepção geral dos manifestantes era a de que o país se tornou mais racista sob a gestão de Trump. O primeiro dia da convenção republicana serviu para desviar os ataques aos adversários.

“Há mais uma área que o nosso presidente está certo. Ele sabe que o politicamente correto e a cultura do cancelamento são perigosos. A maior parte do Partido Democrata tende a dizer agora que a América é racista. Isso é uma mentira. A América não é um país racista”, disse Haley no dia seguinte a outra morte de um negro pela polícia, que gerou protestos em Wisconsin.

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“O Partido Democrata não quer que negros saiam do estado de inércia do qual fomos forçados a ficar por décadas e gerações”, disse o ex-jogador de futebol americano Herschel Walker, que é negro e amigo de longa data de Trump.

“Dói na minha alma escutar os nomes horríveis que Trump está sendo chamado. O pior é ‘racista””, disse Walker. “É um insulto pessoal escutar que sou amigo há 37 anos de um racista”, afirmou.

A fala de Walker, junto à presença de Tim Scott, único senador republicano negro, não devem render frutos entre eleitores negros, tradicionalmente ligados ao Partido Democrata. Entre os convidados também está o casal branco notório por ter apontado armas no final de junho a manifestantes antirracismo do movimento Black Lives Matter em Saint Louis. A informação foi confirmada por conselheiros de Trump ao Washington Post na semana passada. 

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