Em um encontro com Nicolás Maduro em Moscou nesta quarta-feira, 25, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reiterou seu apoio à Venezuela, mas destacou a importância das negociações entre o governo chavista e grupos opositores no país.
Na semana passada, um grupo de partidos de oposição da Venezuela concordou em ingressar em um diálogo com o governo Maduro. No entanto, grupos maiores liderados pelo presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, rejeitaram a proposta.
Ao receber Maduro em Moscou, Putin disse que o governo russo considera “irracional e prejudicial ao país e uma ameaça ao bem-estar da população” qualquer recusa em manter um diálogo.
“É claro que apoiamos o diálogo que você, senhor presidente, e seu governo estão mantendo com as forças da oposição”, disse Putin a Maduro.
Guaidó, que foi reconhecido como presidente interino por mais de 50 nações do mundo, alega que os negociadores do regime chavista abandonaram os diálogos mediados pela Noruega “com desculpas falsas”, e por isso seu governo determinou o fim definitivo das negociações.
Os presidentes da Rússia e Venezuela são alguns dos poucos líderes mundiais que não comparecem nesta semana à Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York. Em vez disso, os chefes de Estado organizaram um evento privado em Moscou.
A Rússia tem sido um dos maiores apoiadores de Maduro nos últimos anos e concedeu empréstimos e ajuda para as indústrias militar e de petróleo da Venezuela. O presidente venezuelano, reeleito em maio do ano passado, teve sua vitória nas eleições contestada por grande parte da comunidade internacional e acusa dos Estados Unidos de conspirarem para prejudicá-lo.
No encontro desta quarta, Putin também anunciou planos para a Rússia entregar 1,5 milhão de vacinas contra a gripe em um futuro próximo à Venezuela, e disse que o governo russo está cumprindo suas obrigações de prestar serviços de manutenção a equipamentos militares que foram vendidos à Venezuela.
A cooperação militar entre Venezuela e Rússia vem aumentando nos últimos meses. Além de ter tropas estacionadas na região, em dezembro de 2018, bombardeiros russos aterrissaram no país no final do ano passado para realizar exercícios militares.
Em agosto, as nações assinaram um acordo de cooperação naval, que prevê a “visita” de navios de guerra aos portos dos dois países.
(Com Reuters)