Em entrevista, Trump defende policial que matou jovem negro em Atlanta
Rayshard Brooks, de 27 anos, morreu depois de ser atingido nas costas; presidente americano afirmou que não se deve resistir a abordagens policiais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira 18 que a polícia americana foi “tratada injustamente”. Em entrevista a uma emissora, o republicano parecia, de alguma forma, defender o policial que matou um jovem negro na semana passada em Atlanta.
O policial Garrett Rolfe foi acusado de assassinato na quarta-feira, cinco dias depois de matar o jovem afro-americano Rayshard Brooks, em um drama que reacendeu a indignação contra o comportamento racista no país.
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Clique e Assine“É uma situação terrível, mas não podemos oferecer resistência a um policial”, disse Trump em entrevista à Fox News. “Espero que o agente tenha um julgamento justo, porque a polícia foi tratada injustamente em nosso país”, afirmou.
“Mas, de novo: você não pode oferecer resistência a um policial. Eles começaram a discutir e vejam como tudo terminou. Muito ruim. Muito ruim”, disse Trump.
Rayshard Brooks, um pai negro de 27 anos, morreu depois que um policial branco atirou nele duas vezes nas costas em um estacionamento em Atlanta. O agente de 27 anos queria prender Brooks por estar bêbado em via pública. Um vídeo mostrou que, após ser baleado, o policial o chutou quando ele já estava sangrando no chão.
O jovem foi atingido depois de resistir à prisão, lutando com os dois policiais brancos, tirando-lhes uma pistola de choque elétrico e tentando fugir, informou o Gabinete de Investigação da Geórgia (GBI, sigla em inglês) na ocasião. Garrett Rolfe recebeu 11 acusações. Se condenado por homicídio culposo, Rolfe pode até ser condenado a pena de morte.
Brooks, que era pai de três filhos, “nunca demonstrou nenhum comportamento agressivo” e “não representou uma ameaça imediata de morte ou ferimento físico grave” afirmou o promotor Paul Howard, do condado de Fulton, em entrevista coletiva nesta quarta.
A morte de Brooks ocorre três semanas após a morte de George Floyd, asfixiado por um policial que o asfixiou até a morte no momento de sua detenção, em Minneapolis, provocando uma onda de manifestações antirracistas e contra a brutalidade policial que se espalhou pelo mundo.
Na terça-feira, Trump anunciou que proibia técnicas policiais, como a imobilização por asfixia, exceto nos casos em que a vida do policial estivesse em perigo, e ordenou uma reforma limitada das forças da ordem.
(Com AFP)