Um ataque aéreo russo contra a cidade de Chernihiv, no norte da Ucrânia, matou ao menos 14 pessoas e feriu outras 61, incluindo duas crianças, nesta quarta-feira, 17. A investida ocorreu num contexto de escassez de defesas aéreas, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que não haveria tantas vítimas se aliados fornecessem mais sistemas de interceptação de mísseis.
Três mísseis atingiram os arredores de Chernihiv, ao norte da capital Kiev, por volta das 9h, horário local (3h no horário de Brasília), danificando um prédio de oito andares (que costumava ser um hotel), outro prédio de quatro andares, um hospital e uma faculdade, segundo as autoridades ucranianas.
As operações de resgate ainda estão em andamento, enquanto a polícia procura sobreviventes sob os escombros. Entre os mortos confirmados está a tenente da polícia Alina Mykolayets, de 25 anos, que foi ferida por estilhaços.
Escassez de defesas
Há meses, Zelensky tem alertado que a Ucrânia não possui defesas aéreas suficientes para proteger seu espaço aéreo. Sobre o ataque da Rússia nesta quarta-feira, ele declarou: “Isso não teria acontecido se a Ucrânia tivesse recebido um número suficiente de sistemas de defesa aérea e se a determinação da comunidade internacional em combater o terrorismo russo tivesse sido suficiente”.
Numa entrevista à emissora americana PBS, que foi ao ar na segunda-feira, Zelensky havia afirmado que a Ucrânia “ficou sem mísseis” para impedir um ataque aéreo russo que, na semana passada, destruiu a maior usina eléctrica da região de Kiev, Trypilska. A investida ocorreu como parte de renovadas ofensivas de Moscou contra a rede de eletricidade ucraniana, lançando dezenas de drones e mísseis de uma só vez contra áreas com menor cobertura de defesa.
Nova mobilização
Na tentativa de reforçar as exauridas forças armadas da Ucrânia, Zelensky sancionou na terça-feira 16 uma lei que reformula as regras de mobilização do país. A nova regulamentação exige que todos os homens entre os 18 e os 60 anos se registem no exército e tenham sempre consigo os seus documentos de disponibilidade de serviço.
A legislação, porém, não contém disposições para a desmobilização de soldados que já passaram longos períodos em combate.