Um dia depois de o Conselho Constitucional da França aprovar a impopular reforma da Previdência que tem levado a onda de protestos no país desde o início do ano, o presidente Emmanuel Macron sancionou neste sábado, 15, a lei que aumenta a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos. A promulgação foi publicada no Diário Oficial do país.
A tom de polêmica em torno da mudança no sistema previdenciário subiu no mês passado, depois que o presidente francês aprovou o projeto de lei sem votação no parlamento utilizando uma manobra constitucional. Em discurso na televisão, ele justificou que a reforma “não era um luxo”, mas “uma necessidade do país”.
A oficialização da reforma durante a madrugada foi criticada por opositores. Em sua conta no Twitter, o líder da esquerda Jean-Luc Mélenchon acusou Macron de querer “intimidar toda a França durante a noite” e disse que o ato foi uma “demonstração absurda de arrogância”. “A luta pela retirada da lei envolve agora uma certa ideia de dignidade”, escreveu. Segundo o jornal Le Monde, manifestantes preparam uma série de protestos para o dia 1º de maio, quando é celebrado o Dia Internacional do Trabalhador.
Em entrevista ao canal TF1, o porta-voz do governo Olivier Véran afirmou que a mudança de 62 para 64 anos será gradual e terá início em setembro deste ano.
Os protestos contra a reforma previdenciária começaram na segunda metade de janeiro e continuam fortes. Na última quinta-feira, 13, manifestantes invadiram a sede da LVMH, detentora de marcas de luxo como Louis Vuitton e Tiffany. No mês passado, 1,28 milhão de pessoas protestaram pelas ruas da França e bloquearam refinarias.