Em meios à escalada de tensões entre o líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, e chefes do Exército regular da Rússia, o conjunto paramilitar anunciou nesta segunda-feira, 5, a captura de um comandante russo.
Em um vídeo publicado nas redes sociais de Prigozhin, o tenente-coronel Roman Venevitin, comandante da 72ª Brigada da Rússia, conta a um interrogador que, enquanto estava bêbado, ordenou que suas tropas atirassem em um comboio do Wagner. Venevitin disse que agiu por causa de sua “antipatia pessoal” pelo grupo e depois se desculpou. Dois familiares próximos de Venevitin confirmaram que o homem filmado é realmente o comandante russo.
Na semana passada, o Wagner acusou o Exército russo de tentar explodir seus homens enquanto eles se retiravam da cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia. Prigozhin também afirmou que seus homens descobriram explosivos, que ele disse terem sido plantados de propósito por funcionários do Ministério da Defesa.
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O Exército regular e o grupo mercenário têm batido de frente há meses sobre a situação na guerra na Ucrânia. Prigozhin disse que suas tropas haviam recuado em grande parte de Bakhmut na última semana e agora analistas acreditam que a cidade esteja sendo controlada pelas forças regulares.
O incidente expõe as brechas na máquina de guerra de Moscou. Alguns comentaristas nacionalistas pró-guerra disseram que a prisão do comandante russo atestou a crescente influência de Prigozhin dentro do Kremlin.
“Yevgeny Prigozhin, cujos subordinados postaram um vídeo no qual zombam de um oficial sênior e de todo o comandante da brigada… pode fazer o que quiser. Ele é considerado a casta mais alta!”, disse Igor Strelkov, um oficial de operações especiais russo aposentado e popular blogueiro militar.
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Conhecido como o “chef de Putin“, devido ao seus contratos de serviço de bufê com o Kremlin, Prigozhin aumentou sua influência à medida que as tropas do Wagner capturaram Bakhmut gradualmente nos últimos meses, entregando a Moscou a primeira vitória militar tangível desde o verão de 2022. Porém, a ascensão irritou parte da elite russa devido ao seu comportamento turbulento e constante crítica ao Ministério da Defesa.
Na semana passada, Prigozhin recebeu raras críticas públicas quando dois aliados próximos do líder checheno, Ramzan Kadyrov, o descreveram como um “blogueiro histérico” que minou o esforço de guerra da Rússia.