Em visita-surpresa a Londres, Zelensky vai se encontrar com rei Charles
Presidente ucraniano fará ainda uma reunião com o premiê britânico, Rishi Sunak, para agradecer pelo apoio na guerra contra a Rússia – e pedir mais armas
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chegou ao Reino Unido nesta quarta-feira, 8, para uma visita-surpresa, e deve encontrar-se mais tarde com o rei Charles III, disse o Palácio de Buckingham.
A audiência entre o rei e o líder ucraniano acontecerá no próprio palácio, durante a tarde.
Esta é a primeira visita de Zelensky ao Reino Unido desde a invasão da Rússia, em fevereiro do ano passado. Além de encontrar-se com Charles, ele vai fazer um discurso ao Parlamento e fazer uma reunião com o primeiro-ministro, Rishi Sunak.
O governo britânico é um dos maiores aliados do governo da Ucrânia no contexto da guerra. O Reino Unido foi a primeira nação ocidental a concordar em enviar armas ofensivas para o campo de batalha – seus avançados tanques de guerra Challenger 2, que foram seguidos pelos Leopards, da Alemanha, e Abrams, dos Estados Unidos. Além disso, foi ainda pioneiro na parceria para treinar soldados ucranianos por suas forças armadas.
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O presidente do parlamento da Ucrânia, Ruslan Stefanchuk, compartilhou uma foto de Volodymyr Zelenskiy e Rishi Sunak se encontrando no aeroporto de Stansted, em Londres. “Uma reunião de líderes fortes. Uma reunião de líderes de países fortes. Um encontro de amigos e aliados”, escreveu no Twitter.
O presidente Zelensky também compartilhou a mesma imagem em sua conta do Telegram, com a legenda: “O Reino Unido foi um dos primeiros a ajudar a Ucrânia. E hoje estou em Londres para agradecer pessoalmente ao povo britânico por seu apoio e ao primeiro-ministro Rishi Sunak por sua liderança.”
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Também nesta quarta-feira, Londres anunciou novas sanções contra militares russos e quem chamou de “elites do Kremlin”, com 15 novas adições que incluem seis entidades que fornecem equipamentos militares, como a CST, fabricante de drones russos que foram usados para destruir veículos de combate ucranianos.
As sanções também visam oito indivíduos e uma entidade ligada a redes financeiras que ajudam a “manter a riqueza e o poder entre as elites do Kremlin”, disse o governo britânico em um comunicado. Entre eles estão Svetlana Krivonogikh, acionista do Banco Rossiya e do National Media Group, que apoia o ataque russo na Ucrânia, e Nikolay Egorov, até recentemente, vice-presidente da maior refinaria de petróleo privada da Rússia.
Na lista, há ainda cinco indivíduos que o governo disse estarem “conectados às luxuosas residências de Putin, incluindo o ‘palácio de Putin’, de 100 bilhões de rublos, e a Dacha, à beira do lago de Putin”. Um deles é Boris Titov, comissário presidencial para os direitos do empreendedor, que foi premiado após a compra de 740 acres de vinhedos no terreno do palácio.
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“A Ucrânia mostrou a Putin que não cederá sob sua invasão tirânica. [Putin] respondeu atacando indiscriminadamente áreas civis e infraestrutura nacional crítica em todo o país. Não podemos deixá-lo ter sucesso. Devemos aumentar nosso apoio”, disse o secretário de Relações Exteriores britânico, James Cleverly.
“Essas novas sanções aceleram a pressão econômica sobre Putin – minando sua máquina de guerra para ajudar a Ucrânia a prevalecer. Estou determinado, de acordo com nossas leis, que a Rússia não terá acesso aos ativos que congelamos até que acabe, de uma vez por todas, com suas ameaças à soberania e integridade territorial da Ucrânia”, completou Cleverly.
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Depois da visita ao Reino Unido, Zelensky deve visitar Bruxelas na quinta-feira, 9, informou a agência de notícias Reuters, citando um diplomata da União Europeia.
O presidente ucraniano estaria planejando uma viagem no dia seguinte para se encontrar pessoalmente com os líderes do bloco, em uma cúpula, e se dirigir ao Parlamento Europeu em uma sessão extraordinária.