Embaixada dos EUA na China emite alerta após lesão cerebral de funcionário
Caso lembra os misteriosos problemas auditivos sofridos por diplomatas americanos em Cuba que, segundo os EUA, foram consequência de um "ataque sônico"

A embaixada dos Estados Unidos na China emitiu um alerta de saúde nesta quarta-feira (23), depois que um de seus funcionários foi vítima de uma lesão cerebral misteriosa. O caso lembra os sucessivos problemas auditivos sofridos por diplomatas americanos em Cuba.
As autoridades americanas e chinesas estão investigando o episódio. O funcionário afetado trabalhava na metrópole de Guangzhou, ao sul da China, e sofreu lesão cerebral traumática leve (TCE), de acordo com Jinnie Lee, porta-voz da embaixada.
O alerta de saúde foi enviado por e-mail aos cidadãos americanos que vivem na China. A embaixada alega desconhecer a causa desses sintomas e se há outros casos semelhantes de seus cidadãos no país asiático.
Os Estados Unidos anunciaram no ano passado que 24 diplomatas, seus familiares e alguns turistas em Cuba sofreram misteriosos “ataques acústicos” que causaram perda auditiva, problemas cognitivos e insônia. O Canadá também relatou dez casos semelhantes.
“Não podemos, por enquanto, relacionar (este incidente na China) ao que aconteceu em Havana, mas estudamos todas as possibilidades”, disse um funcionário da embaixada dos Estados Unidos em Pequim, sob condição de anonimato.
O funcionário afetado “relatou recentemente sensações de ruídos difusos, sutis, mas anormais”. Ele afirmou sentir “certos sintomas físicos” entre o fim de 2017 e abril de 2018, indicou Jinnie Lee, porta-voz da embaixada. Ao retornar aos Estados Unidos, o TCE foi diagnosticado em 18 de maio.
“O Departamento (de Estado) leva este incidente muito a sério e procura determinar as causas e os seus efeitos”, disse Lee. “O governo chinês também nos assegurou que investigaria e que tomaria as medidas apropriadas.”
No caso de Cuba, Washington inicialmente denunciou ataques acústicos. Mas alguns meios de comunicação afirmaram que o FBI não conseguiu estabelecer claramente a causa desses males.
Os Estados Unidos consideram que as autoridades cubanas foram responsáveis, porque não conseguiram garantir a segurança dos diplomatas. Havana nega qualquer envolvimento.
(Com AFP)