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Embaixadora venezuelana em Londres ocultou US$ 4 milhões em propina

A diplomata Rocío del Valle Maneiro estava prestes a depositar mais US$ 10 bilhões quando o caso veio à tona em Andorra

Por Da Redação
Atualizado em 15 fev 2019, 16h03 - Publicado em 15 fev 2019, 15h50
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  • A petrolífera venezuelana PDVSA
    A estatal petroleira PDVSA: esquema de corrupção em torno de licitações de obras vencidas por empresas chinesas - 18/10/2016 (Twitter/Reprodução)

    Nos últimos sete anos, a atual embaixadora da Venezuela no Reino Unido, Rocío del Valle Maneiro, ocultou 4 milhões de dólares em um paraíso fiscal. Segundo as informações publicadas pelo El País nesta sexta-feira, 15, a Unidade de Inteligência Financeira de Andorra (Uifand) afirmou que “os fundos têm origem na corrupção venezuelana.” 

    Antes um território “não cooperativo”, o Principado de Andorra vem mudando suas normas fiscais e financeiras desde 2010. Em 2018 aprovou o fim do sigilo bancário, o que trouxe à tona as transações obscuras de Valle. Em setembro do ano passado, a diplomata teve de esclarecer a um tribunal do principado qual era a procedência do montante depositado nas quatro contas em seu nome no Banco Privado de Andorra (BPA).

    Ela alegou que os fundos eram fruto da venda de uma herança em sua terra natal, mas novos detalhes de um relatório do governo do principado dão conta de que a verdadeira fonte do dinheiro foi o empresário venezuelano Diego Salazar, que usou um laranja para depositar os quatro milhões de dólares entre julho e novembro de 2012.

    Salazar é primo de Rafael Ramírez, ex-ministro de Energia do país latino-americano e homem forte do ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013. Ramírez, que também presidiu a estatal petroleira PDVSA por 12 anos, está exilado em um país europeu, que prefere não revelar, segundo o El País. Salazar é réu em Andorra por lavagem de dinheiro e está preso em Caracas desde 2017 pelo desvio de verbas da estatal petrolífera venezuelana, a PDVSA.

    Em 2010, a Venezuela e a China fecharam um contrato de 20 bilhões de dólares para obras no setor energético do país sul-americano. Mas, segundo a apuração do El País, foi descoberto um esquema de corrupção em que as empresas do país asiático pagaram 200 milhões de dólares em propina para conseguir as licitações. A maior parte delas envolvia a PDVSA.  Salazar recebeu 154 milhões de dólares por meio de sua companhia, a Inverdt, detalhou a Uifand.

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    Os investigadores conectaram o caso aos ganhos milionários de Valle, depois que foram descobertas comissões ilegais em seu período como embaixadora na China, entre 2004 e 2013. “São pagamentos de empresas chinesas, por intermédio de Diego Salazar, a altos funcionários venezuelanos em troca de concessões para a construção de diferentes infraestruturas no setor energético da Venezuela”, concluiu o relatório de nove páginas do governo de Andorra.

    Ainda segundo as informações do Uifand, Valle tinha a intenção de depositar mais 10 milhões de dólares em uma de suas contas. Entre setembro e outubro de 2013, a embaixadora transferiu parte de seus milhões de dólares para contas em nome de um dos seus três filhos no Royal Bank do Canadá e no Banco Nacional Continental de Miami.

    Em um documento intitulado Know Your Customer (Conheça seu Cliente), o BPA cobrou da embaixadora o detalhamento sobre seus ativos depositados. Na época, a embaixadora descreveu seus ganhos como “diplomáticos” em referência ao seu trabalho na China e afirmou ter recebido honorários por “assessoria internacional de negócios”.

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