A Dominion Voting Systems, uma das principais empresas que vendem equipamentos para a realização de eleições nos Estados Unidos, irá processar a advogada Sidney Powell, que atua para o presidente americano, Donald Trump, nos processos contra os resultados das eleições de novembro, por difamação.
A empresa quer uma indenização de 1,3 bilhão de dólares de Powell porque a advogada “falsamente declarou que a Dominion manipulou a eleição, que a Dominion foi criada na Venezuela por Hugo Chávez, e que a Dominion subornou oficiais na Geórgia para um contrato sem licitação”, diz o processo.
Segundo a emissora NBC News, um funcionário da Dominion já havia processado em dezembro os advogados de Trump e membros da imprensa conservadora por o terem “vilificado”. Eric Coomer, diretor de segurança da empresa, afirmou que chegou a receber ameaças de morte após ter tido foto e endereço vazados na internet.
As acusações de fraudes cometidas nas eleições de novembro de 2020 tiveram início meses antes das urnas serem abertas. Trump, por inúmeras vezes ao longo do ano, declarava que só perderia o pleito por meio de fraude. O presidente americano não conseguiu se reeleger, perdendo para o democrata Joe Biden, e continuou as alegações de irregularidades no processo eleitoral, apesar das autoridades de todos os estados demonstrarem o contrário.
Além do vice-presidente, Mike Pence, todos os estados americanos, inclusive os governados por republicanos, negaram a existência de fraude eleitoral e confirmaram o resultado das urnas – motivo pelo qual não é necessário o pronunciamento dos órgãos legislativos estaduais, como argumenta Trump.
Apesar das insistências de Trump de que as eleições teriam sido fraudadas, o próprio Departamento de Justiça americano afirmou recentemente que não há evidências de nenhum esquema de fraude eleitoral no pleito de 3 de novembro.
“Até o momento, nós não vimos fraude em uma escala que pudesse levar a um resultado diferente nas eleições”, disse em entrevista à Associated Press o então secretário de Justiça, William Barr, notório por sua lealdade ao presidente antes de ser demitido, semanas depois.
Na quarta-feira, o Congresso americano se reuniu para certificar a vitória do democrata Joe Biden, mas uma turba incitada por Trump invadiu o Capitólio e interrompeu a sessão, que só foi retomada após a Guarda Nacional ter liberado o prédio dos invasores.