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Nossa parceria é estratégica nesta crise da democracia, diz Lula a Biden

Espera-se que os dois líderes deem foco aos seus pontos de concordância. No entanto, paira sobre a reunião a questão da guerra na Ucrânia

Por Amanda Péchy
Atualizado em 20 set 2023, 15h05 - Publicado em 20 set 2023, 14h38
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  • A mais importante reunião bilateral na agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Nova York, com o presidente americano, Joe Biden, ocorreu nesta quarta-feira, 20, em uma sala reservada do hotel Intercontinental, em Manhattan.

    Os dois líderes deram foco aos seus pontos de concordância, como a questão climática e uma nova parceria na área do trabalho, e deixar de lado os pontos de atrito – como a guerra na Ucrânia.

    Biden relembrou a visita de Lula a Washington, no início do ano, e deu destaque à postura congruente dos americanos e brasileiros em relação à proteção do meio ambiente, em especial da Floresta Amazônica.

    “Temos a obrigação de deixar um mundo melhor para a próxima geração, nossa intenção é que o Brasil e EUA façam isso juntos”, afirmou o líder da Casa Branca. “Vamos usar a sua presidência do G20 para construir um mundo melhor”, disse ele a Lula, que assumiu recentemente a chefia rotatória do grupo das vinte maiores economias do mundo.

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    O petista preferiu focar em outro tema em comum: a defesa da democracia. A menção a duas ocasiões de insurreição por turbas da extrema direita — 6 de janeiro de 2021, quando o Congresso americano foi invadido, e 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas depredaram Câmara, Senado e STF — serviu para aprofundar o clima de identificação.

    “Vivemos um momento da geopolítica em que as oportunidades estão se fechando, a democracia está se fechando, e os setores extremistas tentam interditar as portas do debate político. A parceria do Brasil com os Estados Unidos é estratégica”, declarou.

    Após a reunião, ambos devem anunciar a Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras, que, segundo o Planalto, pretende promover o “trabalho digno” em colaboração com os Estados Unidos.

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    “Essa é uma iniciativa de um plano de trabalho para que a gente possa oferecer aos nossos jovens uma proposta de trabalho digno. Em um momento de salários baixos e precarizados. É uma iniciativa muito importante para o mundo”, disse o presidente brasileiro.

    Em colaboração com parceiros sindicais do Brasil e dos Estados Unidos e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ambos governos devem tratar conjuntamente de temas como precarização do trabalho, representação sindical e aplicativos. Outros países e parceiros globais devem se envolver na inciativa.

    Um relatório recente do Tesouro americano sobre sindicatos nos Estados Unidos, o primeiro sobre esse tema, revelou que essas organizações têm um efeito positivo sobre a renda dos trabalhadores, entre outras descobertas.

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    Janet Yellen, secretária do Tesouro americano, participou do encontro bilateral, bem como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

    No entanto, pairou sobre os dois a questão da guerra na Ucrânia. Enquanto os Estados Unidos de Biden se tornaram os principais doadores de armas para Kiev se defender das forças russas, incentivando que todo o “mundo democrático” faça o mesmo, Lula prefere trilhar um caminho de não alinhamento, defendendo nem um nem outro lado, mas “a paz”.

    Também nesta quarta, o petista se encontrará com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após meses de desencontros. Resta ver o que sairá da sala de reuniões – onde o clima deve ficar longe da plena identificação.

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