Entre protestos, Nikol Pashinian é eleito premiê da Armênia
Na semana anterior, dezenas de milhares de armênios fecharam as ruas da capital exigindo a candidatura do líder opositor
O líder da oposição Nikol Pashinian foi eleito primeiro-ministro nesta terça-feira (8) pelo Parlamento da Armênia, país abalado há três semanas por protestos contra o governo. Há uma semana, a Assembleia Nacional, controlada pelo Partido Republicano, havia rejeitado a candidatura de Pashinian.
A rejeição causou protestos, com dezenas de milhares de armênios fechando as ruas da capital, Yerevan, em resposta ao chamado de desobediência civil feito por Pashinian.
Único candidato na disputa, o deputado opositor e ex-jornalista recebeu o apoio de 59 deputados, superando a marca de 53 que precisaria para ser eleito. Minutos depois de ser eleito, prometeu “grandes mudanças” no governo armênio.
Segundo a legislação nacional, o novo Executivo deve ser formado em um prazo de 15 dias depois da escolha do primeiro-ministro. Nesta semana, Pashinian terá de apresentar ao presidente armênio, Armen Sarkissian, as candidaturas dos vice-primeiros-ministros e ministros. O programa do novo governo será divulgado durante os 20 dias seguintes à formação do gabinete.
Em seu discurso antes da votação no Parlamento, Pashinian reiterou sua intenção de desenvolver as relações com todos os países, de acordo com os interesses da Armênia. O político insistiu nos vínculos que unem a Armênia e a Rússia, que qualificou como “estratégicos”, e prometeu que Moscou continuará a ser prioridade na política externa.
Depois da escolha de Pashinian, o partido governista, com 58 das 105 cadeiras no Parlamento armênio, anunciou oficialmente que passará à oposição e não estará representado no novo Gabinete.
“Somos um partido com ideologia e princípios próprios, não podemos fazer parte do governo estando na oposição”, disse Eduard Sharmazanov, porta-voz do Partido Republicano.
A escolha de Pashinian como primeiro-ministro, segundo especialistas, põe fim à grave crise política que atinge o pequeno país de 2,9 milhões de habitantes há quase um mês.
Depois da votação na Assembleia Nacional, o primeiro-ministro foi à Praça da República de Yerevan celebrar a vitória com dezenas de milhares de cidadãos que o esperavam no local.
(Com EFE e AFP)